[?]
Arranque de mim eu mesma...estou
em agonia...agonia....agonia...agonia...
Minha alma hoje dói
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
Eu sou
Um amontoado de situações e informações
oscilando entre dois pólos
Uma amálgama imperfeita
entre o conteúdo e a frivolidade
A mistura
do social e a solidão,
das luzes
e da escuridão
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
Um beco onde a minha entrada
é a tua saída um desajuste entre
o burlesco e a doçura
que perdura na candura
Controversa na loucura que
assiste todas as negações
e anarquias mentais
Não te fascines
Eu Sou apenas e só
Um clichê
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
Pinta o meu mundo das cores
que te seduzem, apenas porque
meus desejos não me pertencem
Pinta-me em branco
Sonha-me em azul
"Não sei porque"
acho que em ti centraria
aquilo que sinto
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
verbalizando o que penso
O que é suposto eu fazer para te ter,
num espaço indefinido
Finito e colorido de prazeres
[?]
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
Dizer-te quem sou é tão banal
e desnecessário me conheces
mais que eu mesma
Eu sou um conjunto de condições e conjecturas,
pulando entre um capricho e outro
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
a divisão entre o ascetismo e o
prazer uma mescla informe entre
dúvidas e confianças bailarina
dançando incessantemente ao
som do murmúrio dos ventos
Arranque de mim eu mesma...estou em
agonia...agonia....agonia...agonia...
um corpo dividido entre a sanidade e insanidade
Agonia..minha alma em
agonia...agonia...agonia..agonia..
um projeto estudado, na paciência esperado
um sonho sonhado que tudo faz para não acordar
Não te fascines
Eu Sou apenas e só
Mais um cliché
"Na angústia, o homem experimenta
a finitude da sua existência humana.
Todas as coisas supérfluas em que
estava mergulhado se afastam
deixando-o a nú
[Sartre]
"Alma feita somente de granito,
Condenada a sofrer cruel tortura
Pela rua sombria d'amargura
- Ei-lo que passa
- réprobo maldito.
Olhar ao chão cravado e sempre fito,
Parece contemplar a sepultura
Das suas ilusões que a desventura
Desfez em pó no hórrido delito.
E, à cruz da expiação subindo mudo,
A vida a lhe fugir já sente prestes
Quando ao golpe do algoz, calou-se tudo.
O mundo é um sepulcro de tristeza.
Ali, por entre matas de ciprestes,
Folga a justiça e geme a natureza"
Poemas Esquecidos
[Augusto dos Anjos]
Arranque de mim eu mesma...estou em
agonia...agonia....agonia...agonia...
.................
Entradas de sendeiro (ou: é a viola no saco)
-
*The Hard Quartet, “Rio’s Song”,
in https://www.youtube.com/watch?v=V0paI3MwISI*
Não quadra com o vulto, tanta visibilidade, tanto alvoroço à sua passage...
3 comentários:
Ai menina que agonia...
Nem sei o que dizer...muito bom aqui, vou sempre passar...té mais.
Boa noite!!!
Nossa... que senso poético maravilhoso!!! Apesar do conflito, gostei muito!!!
Abraços...
agradecendo tua visita, e me deliciando com esse belo poema.
Tenha um ótimo final de semana.
maurizio
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