27 agosto 2008

[ Um Pouco de Min...]



Toda a minha vida Vivi numa redoma de vidro
Tentei infinitas vezes
Estilhaçar tal prisão
E por alguns anos,
Julguei tê-la quebrado

Por fim...

Hoje dou por mim
Novamente a ver a vida
Passar lá fora
Num misto de realidade e ilusão
Que já não distingo
Quando julgo poder tocá-la

Sinto o vidro

Se houve tempos
Em que lutei
Com todas as minhas forças

Eles passaram!

Hoje continuo a ter a mesma sensação
De vida não vivida
De mera espectadora
Aprisionada em minhas filosofias
Sem nunca ter conseguido voar
Com os punhos cerrados
Lavados em sangue
Tentei quebrar
Tal prisão

Mas foi em vão
Esgotada e ferida
Finalmente apercebi-me
Que jamais o conseguiria

Desisti!

Se por alguns anos apenas
Julguei estar livre mera ilusão
Gerada pelo reflexo
Da vida dos outros
Nas paredes planas e frias
Do vidro cristalino
Que sempre me cercou

Já desisti de tocar
Quem passa
De andar
Para a frente e para trás

Enjaulada

De mudar seja o que for
A realidade
É que logo bato numa parede

Fria E cristalina Enganadora Mas real

E todo o meu esforço
É fracasso
É dor

Hoje já não luto
Já não tento entender
Nem sequer pretendo ver
Olhar para fora

Hoje até me cubro de negro
Para que a luz que atravessa o vidro
Não me fira
Nem me traga imagens
Da vida que nunca poderei ter

Hoje sou eu

Quem se fecha sobre si mesma
Querendo já
Que a redoma não fosse vidro

Mas somente pedra
Sem sons,
sem vida
Sem nada

Que me pudesse fazer desejar tal vida
Para que esquecesse
Finalmente tudo
O que jamais poderei ser
Hermética,
pura,
anti-social,
perdida

Recolho-me aos confins
De mim mesma
Devorando-me
Numa alma sem cor
Já não quero nada!
A luz encadeia-me
Os sons atordoam-me
Os movimentos desnorteiam-me

Num recanto
De um quarto escuro
Escorrego meu corpo
Caída num parede fria
No chão choroAtordoada
Numa angústia sem fim
Mutilada por dias iguais
Banais Já nada espero

Senão o fim...


Evanescence/My_Immortal


só me deixe aqui quieta....
vem derrepente um anjo
triste perto de mim...
essa febre que não passa......



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Um comentário:

Bárbara Fiz disse...

- Olá, é a primeira vez que venho até seu blog e digo de coração que foi um imenso prazer.
Senti esse poema falar um pouco de mim,parabéns por tão bela escrita,mas nao se sinta sozinha nem triste,siga em frente...
E eu queria saber se essas frases abaixo de "Evanescence/My_Immortal"
é de uma música do legião urbana...
um abraço.