31 outubro 2008

CHARLES PIERRE BAUDELAIRE


Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867)
"Viens-tu du ciel profond ou sors-tu de l'abîme,
Ô Beauté? Ton regard, infernal et divin,
Verse confusement le bienfait et le crime,
Et l'on peut pour cela comparer au vin."
UMA CARNIÇA
(Tradução de Ivan Junqueira.)
Lembra-te, meu amor,
do objeto que encontramos
Numa bela manhã radiante:
Na curva de um atalho,
entre calhaus e ramos,
Uma carniça repugnante.
As pernas para cima,
qual mulher lasciva,
A transpirar miasmas e humores,
Eis que as abria desleixada e repulsiva,
O ventre prenhe de livores.
Ardia o sol naquela pútrida torpeza,
Como a cozê-la em rubra pira
E para ao cêntuplo volver à Natureza
Tudo o que ali ela reunira.
E o céu olhava do alto
a esplêndida carcaça
Como uma flor a se entreabrir.
O fedor era tal que
sobre a relva escassa
Chegaste quase a sucumbir.
Zumbiam moscas sobre
o ventre e, em alvoroço,
Dali saíam negros bandos
De larvas, a escorrer como
um líquido grosso
Por entre esses trapos nefandos.
E tudo isso ia e vinha,
ao modo de uma vaga,
Ou esguichava a borbulhar,
Como se o corpo, a estremecer
de forma vaga,
Vivesse a se multiplicar.
E esse mundo emitia
uma bulha esquisita,
Como vento ou água corrente,
Ou grãos que em rítmica
cadência alguém agita
E à joeira deita novamente.
As formas fluíam como um
sonho além da vista,
Um frouxo esboço em agonia,
Sobre a tela esquecida,
e que conclui o artista
Apenas de memória um dia.
Por trás das rochas irrequieta,
uma cadela
Em nós fixava o olho zangado,
Aguardando o momento
de reaver àquela
Náusea carniça o seu bocado.
- Pois hás de ser como
essa infâmia apodrecida,
Essa medonha corrupção,
Estrela de meus olhos,
sol de minha vida,
Tu, meu anjo e minha paixão!
Sim! tal serás um dia,
ó deusa da beleza,
Após a benção derradeira,
Quando, sob a erva e as
florações da natureza,
Tornares afinal à poeira.
Então, querida, dize à
carne que se arruína,
Ao verme que te beija o rosto,
Que eu preservei a forma e
a substância divina
De meu amor já decomposto!
BIOGRAFIA
Charles Baudelaire é considerado freqüentemente um dos maiores poetas do Século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De seu estilo de vida originaram-se na França os chamados poetas "malditos". Um revolucionário em seu próprio tempo. Hoje ele ainda é conhecido, não somente como poeta, mas também como crítico literário. Raramente houve alguém tão radical e ao mesmo tempo tão brilhante. Mal compreendida por seus contemporâneos, apesar de elogiada por Victor Hugo, Teóphile Gautier, Gustave Flaubert e Théodore de Banville, a poesia de Baudelaire está marcada pela contradição. Revela, de um lado, o herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe e Gérard de Nerval, e de outro o poeta crítico que se opôs aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo francês.
Poeta e crítico francês, Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 9 de abril de 1821, na Rua Hautefeuille, nº 13 (casa já demolida; localização atual da Livraria Hachette, Boulev. St. Germain).
Joseph-François, o pai de Baudelaire, morreu em fevereiro no ano de 1827, quando Charles-Pierre tinha somente seis anos de idade. Após a morte do seu pai, Baudelaire foi criado por sua mãe e por sua enfermeira, Mariette. Sua mãe, porém, casou-se novamente em novembro de 1828. O padrasto de Baudelaire, Jacques Aupick, era um homem brilhante e auto-disciplinado. Distinguiu-se mais tarde como general e depois como embaixador e senador. Baudelaire, entretanto, não gostava de seu padrasto.
Em 1833, Aupick mudou-se com a família para Lyons, onde matriculou Charles Baudelaire em uma escola militar. A disciplina dura e o estudo rigoroso da escola tiveram uma influência profunda em Baudelaire e aumentaram seu desagrado para com seu padrasto. Na idade de quinze anos, Baudelaire foi matriculado em Louis-le-Grande, uma notória escola secundária francesa. Lá ele tornou-se cada vez mais insolente até, finalmente, ser expulso em 1839. Logo depois, declarou que pretendia tornar-se um escritor, para o grande desapontamento dos seus pais. Para evitar maiores problemas, entretanto, concordou em seguir estudos no Ecole de Droit, a escola de Direito de Paris. Mas seus interesses estavam dirigidos para qualquer coisa, menos o estudo. Em Paris, vai então morar em Lévêque Bailly, uma famosa pensão para estudantes onde conheceu diversos amigos boêmios, entre os quais os poetas Gustave Vavasseur e Enerts Prarond. Passa a viver um relacionamento amoroso com Sarah, uma prostituta de origem judia que era mais conhecida como Louchette. Em Bailly levava um estilo de vida excessivo, endividando-se cada vez mais. Durante esse tempo contraiu também sífilis, muito provavelmente nos prostíbulos que costumava freqüentar.
Procurando afastá-lo dessa vida boêmia, os pais de Baudelaire enviaram-no para fazer uma viagem pela África, seguindo primeiramente para ilha Maurício, em seguida na Ilha da Reunião e depois para a Índia. Saiu de Paris em junho de 1841 no navio, Des Mers du Sud de Paquebot, sob a supervisão do capitão Saliz. Durante todo o trajeto, Baudelaire permaneceu mal humorado e expressou seu desagrado em relação à viagem. Alguns meses após sua partida, o navio encontrou uma tempestade violenta e foi forçado a parar em um estaleiro para reparos. Lá Baudelaire anunciou sua intenção de retornar à França, apesar dos esforços do capitão Saliz em fazê-lo mudar de idéia. Acabou concordando em continuar a viagem. Apesar de seu desagrado quanto à viagem, é inegável que esta teve uma influência profunda em suas obras. Deu-lhe uma visão de mundo que poucos de seus contemporâneos tiveram.
Depois de seu retorno a Paris, Baudelaire recebeu uma herança de 100.000 francos deixada pelo seu pai. Com esta fortuna, mudou-se para um apartamento na ilha de Saint-Louis, onde freqüentou as galerias de arte e gastou horas com leituras e passeios. Por causa de seu comportamento excêntrico e roupas extravagantes, Baudelaire ganhou a reputação de dandy.
Em 1842 conhece Jeanne Duval, uma atriz do Quartier Latin de Paris. Jeanne era figurante no teatro da Porte Saint Antoine, entretanto sua maior ocupação era mesmo a prostituição. Como amante de Baudelaire, teve grande influência em muitas de suas obras. Sua beleza morena era a inspiração de diversos de seus poemas. A mãe de Baudelaire, entretanto, era totalmente indiferente a ela, chamava-a depreciativamente de "Vênus negra" por Jeanne ser mestiça. Em 1847, Baudelaire encontrou-se com Marie Daubrun, uma jovem atriz que foi sua amante entre 1855 e 1860, até que esta morreu doente. Em 1852, conhece Apollonie Sabatier, animadora de um salão literário muito badalado que era o ponto de encontro habitual para jantares com artistas e escritores famosos.
Baudelaire e Sabatier vivem um caso amoroso e ele escreveu-lhe muitos poemas que expressavam sua gratidão, porém depois que a paixão arrefece, passa a ter com ela apenas um relacionamento formal. Em 1854, já pensava em voltar para Duval ou Daubrun. A influência destas três mulheres em Baudelaire como escritor é muito evidente em seus poemas de amor e erotismo. Nessa época faz amizades com diversos escritores da época como Nerval, Balzac, Gautier e Banville e passa a freqüentar o famoso "Club dês Hashishins", um grupo de fumantes de haxixe que se reunia no Hotel Pimodan, onde passa a morar.
Em apenas dois anos esbanjou quase a metade de sua fortuna, e seus pais começaram a se preocupar com suas despesas excessivas. Colocaram-no então sob a guarda legal de um tutor, o escolhido foi Narcisse-Desejam Ancelle, um ato que Baudelaire considerou especialmente humilhante. Teve muitos débitos e foi forçado ainda a viver com uma renda muito abaixo do que estava habituado, sendo obrigado a viver dessa forma pelo resto de sua vida.
Enquanto o tempo passava, Baudelaire tornava-se cada vez mais desesperado. Em 1845 tentou o suicídio, embora tenha agido assim mais para chamar a atenção de sua mãe e de seu padrasto. Estes consultaram-no sobre a possibilidade dele voltar a viver com eles em Paris, entretanto Baudelaire preferiu continuar a viver longe dos pais. Em 1847 publicou Fanfarlo uma obra autobiográfica. Envolveu-se na revolta de 1848 em que teve um papel relativamente pequeno, ajudando na publicação de alguns jornais radicais de protesto.
Em 1852, Baudelaire publicou seu primeiro ensaio sobre o escritor norte americano Edgar Allan Poe. Tinha conhecido a obra de Poe em 1847, e começou a traduzi-la para o francês mais tarde. Foi influenciado extremamente pelas obras de Poe, e incorporou muitas de suas idéias em seu próprio trabalho. Publicou cinco volumes de traduções de Poe entre 1856 e 1865. Os ensaios introdutórios a estes livros são considerados seus estudos críticos mais importantes, destacando-se sobretudo o trabalho intitulado “O princípio poético” (1876).
Em 1857, a primeira edição de Les Fleurs du mal foi publicada por Poulet-Malassis um velho amigo de Baudelaire. A obra não foi bem aceita pelo público devido a seu foco em temas satânicos e lesbianismo. Menos de um mês depois que o livro foi posto à venda, o jornal Le Figaro publicou uma crítica mordaz que teve efeitos devastadores na carreira de Baudelaire. Ele e seu publicador foram ambos acusados de ultraje à moral e aos bons costumes. Foi multado em 300 francos, e seu publicador foi multado em 200 francos. Além disso, seis dos poemas no livro foram proibidos porque foram considerados muito imorais para serem publicados. Só a partir de 1911 apareceram edições completas da obra.
Tal desapontamento, mais a morte de seu padrasto no mesmo ano, lançou Baudelaire no mais profundo pessimismo e depressão. Em 1859, muda-se com a mão para Paris onde passa a viver com ela. Lá escreveu o terceiro Salão (1859), um livro de crítica artística que discute os trabalhos de vários artistas. Baudelaire destacou-se desde cedo como crítico de arte. O Salão (1845) e o Salão de 1846 (Salão de 1846) datam do início de sua carreira. Seus escritos posteriores foram reunidos em dois volumes póstumos, com os títulos de A Arte Romântica (1868) e Curiosidades estéticas (1868). Revelam a preocupação de Baudelaire de procurar uma razão determinante para a obra de arte e fundamentam assim um ideário estético coerente, embora fragmentário, e aberto às novas concepções.Compôs também mais poemas para a segunda edição de As Flores do Mal, incluindo "A Viagem", que é considerado um de seus mais belos poemas.
Em 1860, publicou Paraísos Artificiais, ópio e haxixe , uma obra ao mesmo tempo especulativa e confessional, que trata sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirado no Confissões de um comedor de ópio (1822) de Thomas De Quincey. Durante toda sua vida, tinha recorrido freqüentemente às drogas a fim de estimular a inspiração, mas viu também o perigo de tal hábito. Concluiu que havia alguma espécie de "gênio mal" que explicaria a inclinação do homem para cometer certos atos e pensamentos repentinos. Este conceito das forças do mal que cercam a humanidade reapareceu em diversos outros trabalhos de Baudelaire.
A segunda edição de As Flores do Mal apareceu em 1861, com trinta e cinco poemas novos. Em poucos meses seguintes, a vida de Baudelaire foi marcada por uma série de desapontamentos. Foi desanimado por seus amigos de se candidatar a uma vaga na Academia Francesa de Letra, que esperava que pudesse ajudar a alavancar sua carreira de escritor. Devido a sua crise financeira, era incapaz de ajudar o seu publicador Poulet-Malassis, que acabou preso por não pagar as dívidas. Além disto, descobriu que sua amante Jeanne Duval tinha vivido por diversos meses com um outro amante de quem ela havia dito a Baudelaire ser apenas seu irmão. Em 1862 começou primeiramente a se queixar de dores de cabeça, náuseas, vertigens e pesadelos. Todos estes eventos devastadores, junto com seus problemas de saúde em decorrência da sífilis que contraiu na juventude, causaram a Baudelaire à sensação de que estaria enlouquecendo.
Em abril de 1863, Baudelaire saiu de Paris e foi para Bruxelas na esperança de encontrar um publicador para suas obras. Lá sua saúde piorou consideravelmente e em 1865 sofreu um ataque de apoplexia. Continuou a sofrer uma série de ataques, um destes teve como resultado afasia e uma paralisia parcial. Após permanecer em uma casa de repouso por dois meses, retornou a Paris no dia 02 de julho. No dia 31 de agosto de 1867, morreu de paralisia geral nos braços da sua mãe.
Por Beatrix Algrave
Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
.

VIVENDO MINHA REALIDADE

Existem mOmentOs
em que é precisO parar
nãO pOrque cansamOs
mas pra juntarmOs fOrças
para recOmeçar

Me sintO impOtente perante
acOntecimentOs Que não pOdem
ser evitadOs Idéias ficam em
nOssa mente a emoção fala mais altO
A razãO busca argumentOs para
explicar o que nãO Se cOnsegue explicar a

Os N-o-r-m-a-i-s

Entra em cena
O amOr-própriO
O egoísmo
Impaciência
intOlerância
O nãO querer Ouvir

blá blá blá

existe um estranhamentO de atitudes
Ouvindo música meus pensamentOs desordenados
- o céu nubladO a vida lá fOra passandO
e eu quieta minguante
minúscula pOr dentro cOnfusa
- à flOr da pele me perguntando
Será que é lOucura

[?]

Passamos por processos

D-o-l-o-r-o-s-o-s

mas são eles que nos ensinam
que é preciso ir de encontro
aos nossos sonhos
Derrubando conceitos nos
mostrando que nada sabemos
me deparei comigo mesma

Preciso me recolher
como quem procura abrigo
em meio a uma tempestade

Rever conceitos buscar a
capacidade de me reciclar
tirar o pó
Resgatar valores
que ficaram pra trás
para poder seguir em frente

Me entender como mulher
tenho que ouvir meu coração
Preciso ser alma quando
sou apenas confusão

Existe dentro do sil^ncio
que há em mim uma teimosia
em não desistir dos meus sonhos

Uma (fé)

Uma ESPERA-nça

Em viver resgates dentro de mim mesma
Quero olhar a vida lá fora em passos
largos saltitantes de alegria
Observar as pessoas meus
sentidos estão as

A-v-e-s-s-a-s

Mas minha essência está pulsando
Em meu coração
Vejo minha alegria
lá no horizonte
O amor é o foco do meu

(RE-conecimento)

Reverencio todos os processos
De aprender
Mesmo que me magoem
E eu magoe também

Reverencio a vida que pulsa
dentro de mim

Minhas Neuras
Minhas Crises

Reverencio o tempo que
me é dado para sofrer
tentando sempre estOu aqui
- nem pior
nem melhor
estou aqui
carne
alma
nervOs
sangue

E muita
muita vontade de viver
quero ser simples cada vez mais

Quero ser feliz

[ainda podemos ser felizes]

[ ! ]

Cansei de (ser) triste..

Quero viver de (faz) de conta pra sempre!!!

"Conhece-te a ti mesmo"




.

28 outubro 2008

CRUZ E SOUZA

João da Cruz e Sousa nasceu a 24 de novembro de 1861 em Nossa Senhora do Desterro, capital da Província de Santa Catarina, atualmente, Florianópolis. O nome João da Cruz é uma alusão ao Santo homenageado no dia de seu nascimento, San Juan de la Cruz. Filho dos escravos alforriados Guilherme, pedreiro; e de Eva Carolina da Conceição, cozinheira e lavadeira, João da Cruz foi criado pelo Coronel Guilherme Xavier de Sousa (que viria tornar-se Marechal) e sua esposa Clarinda Fagundes de Sousa, que não tiveram filhos. Assim, acabou por herdar o nome Sousa e obteve uma educação proporcional a dos brancos abastados de seu tempo. Com apenas 9 anos de idade já escrevia e recitava seus poemas para os familiares. Com o falecimento de seu protetor em 1870, as condições de vida tornaram-se menos confortáveis para o jovem João da Cruz.

Em 1871, entrou no Ateneu Provincial Catarinense. A partir de 1877, lecionava aulas particulares por necessidade financeira e impressionava seus companheiros de estudo pela capacidade intelectual. Conhecedor profundo de francês, chegou a ser citado numa carta do naturalista alemão Fritz Muller. Nesta carta dirigida ao próprio irmão em 1876, o naturalista citava João da Cruz como um exemplo contrário das teorias de inferioridade intelectual dos negros.

No ano de 1877, suas obras poéticas passaram a ser publicadas em jornais de Santa Catarina. Ao lado dos amigos Virgílio Várzea e Santos Lostada, João da Cruz fundou um jornal literário intitulado "O Colombo", em 1881. No ano seguinte fundo a "Folha Popular". Nesta mesma época, partiu em excursão pelo Brasil junto a uma companhia teatral e declamava seus poemas nos intervalos das apresentações. Também se engajou na luta social e passou a liderar conferências abolicionistas. Em 1883, foi nomeado promotor da cidade de Laguna. Mas não chegou a assumir o cargo devido ao furor preconceituoso de chefes políticos da região.

Em 1885 publica seu primeiro livro de co-autoria de Virgílio Várzea, intitulado Tropos e Fantasias. Até 1888 atuou em jornais, revistas e no centro da Imigração da Província de Santa Catarina. Neste mesmo ano, viajou para o Rio de Janeiro a convite de Oscar Rosas.

Em 1891 transferiu-se definitivamente para a então capital da República, Rio de Janeiro. A partir daí entrou em contato com novos movimentos literários vindos da França. Neste caso, João da Cruz e Sousa identificou-se especialmente com o chamado Simbolismo. O negro sulista que se enveredava pelos caminhos do Simbolismo, sofria duras críticas do meio intelectual de sua época; já que nesse momento, o Parnasianismo era a referência literária emergente.

Em novembro de 1893 casou-se com Gavita Rosa Gonçalves, também descendente de escravos africanos. Deste matrimônio nasceram quatro filhos, Raul, Guilherme, Reinaldo e João. Mas todos faleceram de tuberculose pulmonar. Sua esposa, ainda sofreu de distúrbios mentais que chegaram a refletir até mesmo nos escritos do poeta.

Ainda em 1893 publicou dois livros: Missal (influenciado pela prosa de Baudelaire) e Broquéis; obras que marcaram o lançamento do movimento simbolista brasileiro. Em 1897, concluiu um livro de prosa poética denominado Evocações. Quando preparava-se para publicá-lo, viu-se abatido pela tuberculose e partiu para Minas Gerais em busca de tratamento. Faleceu em 19 de março de 1898 aos 36 anos de idade. Seu corpo foi levado para o Rio de Janeiro num vagão para transporte de gado. O amigo José do Patrocínio pagou as despesas com o funeral e o enterro no cemitério São Francisco Xavier. No ano de sua morte ainda foi publicado Evocações. Em 1900, Faróis; e em 1905, o volume de Últimos Sonetos.

O negro que contrariou o preconceito racial e se pôs a liderança do Simbolismo brasileiro, é autor de uma obra que traz versos como: "Anda em mim, soturnamente / Uma tristeza ociosa / Sem objetivo, latente / Vaga, indecisa, medrosa" (Tristeza Do Infinito - Últimos Sonetos). Além de: "De dentro da senzala escura e lamacenta / Aonde o infeliz / De lágrimas em fel, de ódio se alimenta / Tornando meretriz" (Da Senzala – O Livro Derradeiro). Percebe-se num primeiro momento o sofrimento de uma alma que ecoou diretamente em sua obra. Mas posteriormente, a consciência social e humanista de um cidadão. Cruz e Sousa, o Dante Negro ou Cisne Negro, foi um poeta Simbolista que ainda não obteve o reconhecimento literário devido, mas agrega em sua obra a essência única de um autor que cativa e comove por sua autenticidade.

"Que importa que morra o poeta?
Importa que não morra o poema!"
(Cruz e Sousa)

Por Spectrum


Obras Disponíveis:

Conto (Download)
Emparedado

Poemas (Downloads)
Broquéis
O livro derradeiro
Missal
Faróis
Últimos Sonetos





.

27 outubro 2008

AUGUSTO DOS ANJOS

No Engenho Pau d’Arco, município de Cruz do Espírito Santo, Estado da Paraíba, a 20 de Abril de 1884, nasce Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, terceiro filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e D. Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Sinhá Mocinha).
Augusto e os irmãos receberam do pai a instrução primária e secundária. Em 1900, Augusto ingressa no Liceu Paraibano; compõe o seu primeiro soneto Saudade e no ano seguinte publica um soneto no jornal "O Comércio", no qual passara a colaborar. Em 1903, inscreve-se na Faculdade de Direito da cidade de Recife, e dois anos mais tarde morre o Dr. Alexandre, pai do poeta.
Augusto escreve e publica em "O Comércio" três sonetos que farão parte do Eu, livro futuro. Inicia a Crônica paudarquense e participa em duas polêmicas. Em 1907 conclui o curso de Direito e no ano seguinte transfere-se para a capital da Paraíba para lecionar. Colabora no jornal "Nonevar" e na revista "Terra Natal". No mesmo ano, morre Aprígio Pessoa de Melo, padrasto de sua mãe e patriarca da família, deixando o Engenho em grave situação financeira.
Augusto leciona no Instituto Maciel Pinheiro, e é nomeado professor do Liceu Paraibano. Em 1909, a União publica Budismo moderno e numerosos poemas. Profere, no Teatro Santa Rosa, um discurso nas comemorações do 13 de maio, chocando a platéia por seu léxico incompreensível e bizarro. Abandona o Instituto Maciel Pinheiro. No ano de 1910 publica em A União, Mistério de um fósforo e Noite de um visionário. Casa-se com Ester Fialho. Continua a colaborar no "Nonevar". Sua família vende o Engenho Pau d’Arco.
Sem conseguir licenciar-se, demite-se do Liceu Paraibano e embarca com a mulher para o Rio de Janeiro. Hospeda-se em uma pensão no Largo do Machado, mudando-se em seguida para a Avenida Central. Termina o ano sem conseguir um emprego. No início de 1911, Ester, grávida de seis meses perde a criança. Augusto é nomeado professor de Geografia, Corografia e Cosmografia no Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II). Posteriormente nasce sua filha Glória. Augusto começa a mudar constantemente de residência.
Em 1912, colabora no jornal "O Estado", e dá aulas na Escola Normal. Augusto e o seu irmão Odilon custeiam a impressão de 1.000 exemplares do Eu, livro recebido com estranheza por parte da crítica, que oscila entre o entusiasmo e a repulsa. Acabou sendo seu único livro publicado.
Nasce o filho de Augusto, Guilherme Augusto em 1913, e o poeta continua lecionando em estabelecimentos diversos. Em 1914, publica O lamento das coisas na "Gazeta de Leopoldina", dirigida pelo seu concunhado, Rômulo Pacheco. É nomeado diretor do Grupo Escolar de Leopoldina, para onde se transfere. Doente desde 30 de outubro, falece às 4 horas da madrugada de 12 de novembro, de pneumonia.
Em 1920, com organização e prefácio de Orris Soares (amigo e biógrafo do autor), é publicada pela Imprensa Oficial da Paraíba a 2ª edição do Eu. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano, só alcançou notoriedade graças aos esforços de Orris Soares. A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu - desde 1919 constantemente reeditado como Eu e outras poesias - um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Finalmente, em 1928 é lançada a 3ª edição de suas poesias, pela "Livraria Castilho", do Rio de Janeiro, com extraordinário sucesso de público e de crítica.
Augusto se apóia nos termos e palavras duramente científicas, e, ao contrário dos poetas latino-americanos, não possuía obsessão das palavras suaves e nem das vogais sempre doces. Não foi sem motivo que ficou conhecido como o "Poeta da Morte". Era uma figura extremamente sensível, introspectivo, triste, e companheiro. Sua figura singela, seu jeito excêntrico de pássaro molhado, com medo da chuva, enternecia, talvez devido à sua meninice sem encantos.
Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular.

Por Spectrum



Obras Disponíveis:

Poemas (Downloads)
Eu, todos os sonetos e outras poesias - Obra completa
Poemas Esquecidos



.

26 outubro 2008

FLORBELA ESPANCA

Florbela Lobo veio ao mundo em Vila Viçosa (Portugal), na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1894. Era filha ilegítima de Antonia da Conceição Lobo e João Maria Espanca, assim como seu irmão, Apeles Espanca, nascido em 10 de Março de 1897. João Maria era casado com Mariana do Carmo Ingleza (madrinha de batismo de Florbela), mas neste matrimônio não houve filhos.
A infância de Florbela foi próspera e amparada pelo pai. Em outubro de 1899, começa a freqüentar o ensino pré-primário, passando a assinar Flor d'Alma da Conceição Espanca. O poema A Vida e a Morte, data de 11 de novembro de 1903. Ao que tudo indica, essa é sua primeira manifestação literária, que já anunciava a predileção dos temas que abordaria com mais profundidade no decorrer de sua vida.

Em junho de 1906, Florbela conclui a instrução primária, e em 1907 dá sinais de sua doença: neurastenia. Após a morte de Antonia da Conceição em 1908, toda a família muda-se para Évora, e João Maria estabelece-se com Mariana. A partir daí, Florbela e Apeles são criados pela madrasta, e prosseguem os estudos no Liceu André Gouveia.
Em 1911, Florbela inicia o namoro com Alberto de Jesus Silva Murtinho, seu colega de classe desde o primário. No ano seguinte, conclui o estudo secundário e apaixona-se por José Marques, desfazendo o namoro com Alberto, que viria a ser reatado tempos depois. Finalmente emancipada aos 19 anos, casa-se no Registro Civil de Vila Viçosa com Alberto Murtinho.

Apesar das restrições econômicas, o casal muda-se para Redondo na Serra D’ossa, em 1914. Florbela e o marido abrem um colégio. Foi numa festa onde seus primeiros versos foram lidos em público. No ano seguinte inicia o projeto Trocando Olhares, que seria concluído ao longo de um ano e meio, com trinta peças de sua vasta produção poética.

O soneto Crisântemo é publicado em 1916 na revista "Modas e Bordados". Florbela torna-se amiga pessoal da diretora, da qual passa a trocar correspondência. Alguns meses depois, passa a colaborar no "Notícias de Évora" e "O Século", desistindo do projeto Alma de Portugal.
Apesar de seus estudos e suas intenções estarem voltadas para as letras, Florbela matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Financiada por seu pai, passa a residir nesta cidade em outubro de 1917. Em 1919, Florbela sofre um aborto involuntário e muda-se para Quelfes.

No dia 30 de abril do mesmo ano, separa-se de Alberto Murtinho e passa a sofrer a rejeição da sociedade de sua época. Posteriormente, retorna para Lisboa a fim de prosseguir o curso. Em junho, lança o Livro de Mágoas com a dedicatória: "Ao meu pai. Meu melhor amigo", e "À querida alma irmã da minha. Ao meu irmão". Em 1920, Florbela abandona a faculdade e inicia a obra Claustro das Quimeras, passando a viver em Matosinhos com o republicano Antônio José Marques Guimarães, casando-se em 1921.

De volta a Lisboa em 1923, publica o Livro de Sóror Saudade, e muda-se para Gonça, recuperando-se de um novo aborto. O casamento desgasta-se e Antonio Guimarães pede o divórcio, oficializado apenas em 1924. Por este fato a família de Florbela a ignora por dois anos, fato que a abalou muito.

Em 1925 Florbela muda-se para Esmoriz, e passa a viver na casa do médico Mario Pereira Lage, casando-se com ele no civil e na Igreja. Dois anos mais tarde, enquanto traduzia romances franceses e iniciava o conto O Dominó Preto, é avisada da morte de seu irmão, em 6 de junho de 1927. Apeles que tinha se tornado aviador, desesperou-se com a morte de sua namorada, e lançou-se de avião no rio Tejo. Este fato abalou profundamente a escritora, e a inspirou a escrever As Máscaras do Destino.

Enquanto seu casamento se desgasta, sua saúde torna-se cada dia mais frágil. Florbela tenta suicídio, e apaixona-se pelo pianista Luis Maria Cabral, a quem dedica Chopin e Tarde de Música.
Em 1929, sua participação no filme Dança dos Paroxismos é recusada pelo diretor Jorge Brum do Canto. Florbela retorna para Évora, onde em 1930 começa a escrever o Diário do Último Ano que seria concluído apenas em 2 de dezembro. Passa a colaborar nas revistas "Portugal Feminino" e "Civilização". De volta a Matosinhos, tenta suicídio mais uma vez.

Nos meses de outubro e novembro do mesmo ano, a neurose torna-se insuportável e é diagnosticado um edema pulmonar. Finalmente, na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1930, suicida-se ingerindo uma dose excessiva de Venoral. Porém, a causa oficial de sua morte foi o edema.

Florbela é a poetisa dos exageros emotivos e confessionais. Frases como "Eu quero amar, amar perdidamente!" são comuns em suas obras. Autora que manifesta uma expressão marcante dos próprios sentimentos, e um lirismo intimamente ligado à sua terra.

Florbela expõe em suas obras uma aparência parnasiana mais próxima dos escritores neo-românticos; além da liberdade e o erotismo conjugado com a própria vida. Autora de imagens fortes e verdades físicas chocantes com os valores de sua época, Florbela obteve reconhecimento póstumo. As publicações de suas obras só ganharam repercussão após o suicídio. Atualmente, é considerada uma das maiores poetisas de língua portuguesa em todos os tempos.

Por Spectrum


Obras Disponíveis:

Contos (Downloads)
Em busca de um novo rumo
O dominó preto

Poemas (Downloads)
Livro das Mágoas
Livro de Sóror Saudade
O Livro d'ele
Charneca em flor
A Mensageira das Violetas
Reliquiae





.

25 outubro 2008

CHARLES BAUDELAIRE

Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, no dia 9 de Abril de 1821. Numa infância e adolescência atormentada, viu-se órfão do pai aos seis anos, e passou a odiar o segundo marido de sua mãe, o general Aupick. Após anos de desavenças com o padrasto, Baudelaire interrompeu seus estudos em Lyon para iniciar uma viagem à Índia. Ao regressar, participou da revolução de 1848 e logo após dissipou seus bens em meio a boemia e a jogatina parisiense. Lá conheceu personalidades como Mme. Sabatier, Marie Daubrun, e uma de suas musas, a atriz Jeanne Duval. Submerso em dívidas, Baudelaire foi submetido a um conselho judiciário iniciado por seus familiares. Assim, o tutor Ancelle foi nomeado para controlar os gastos do escritor.

Um fato marcante na vida de Baudelaire, deu-se em 1857 com a publicação de As Flores do Mal (Les Fleurs du Mal). Este, que é o maior título de sua carreira, contém poesias que datam de 1841. Esta obra rendeu-lhe um processo pelo tribunal correcional do Sena; uma multa por atentar à moral e aos bons costumes, além de ser obrigado a retirar seis poemas (poesies damnées) do volume original, sendo publicado na íntegra apenas nas edições póstumas, em 1911.

Baudelaire também foi alvo da hostilidade da imprensa, que o julgava um subproduto degenerado do romantismo. Porém, sua carreira foi admirada e elogiada por Vitor Hugo e Gustave Flaubert, entre outros.

Tanto As Flores do Mal como Pequenos Poemas em Prosa (Petits Poèmes en Prose, que depois seria intitulado Lê Spleen de Paris) foram publicados em revistas desde 1861, e introduziram novos elementos na linguagem poética, fundindo os opostos existenciais como o sublime e o grotesco, e explorando as analogias ocultas do universo.

Baudelaire foi o escritor que avançou as fronteiras dos costumes em sua época, lançando-se também como crítico de arte no Salon de 1845. Nesse momento, o poeta tornava-se um crítico que buscava um princípio inspirador e coerente nas obras de arte. Os escritos que o revelam nesse segmento A arte Romântica e Curiosidades Estéticas só foram publicadas em 1868.

Baudelaire atuou também como tradutor de Allan Poe a partir de 1848. Entre seus ensaios, destaca-se O Princípio Poético (1876), onde as bases de sua poética foram fixadas.
Um outro Charles-Pierre Baudelaire é revelado em Os Paraísos Artificiais, ópio e haxixe (1860), uma especulação sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirada na obra de Thomas De Quincey, Confissões de um Comedor de Ópio. Encontra-se também obras de cunho intimista e confessional, como Meu Coração Desnudo e Diários Íntimos.

Baudelaire é tido como um dos maiores da França de todos os tempos. Alguns o consideram um ensaísta do parnasianismo, ou um romântico exacerbado. De atuação ousada, tornou-se um ícone no século XX influenciando a poesia mundial de tendências simbolistas, inclusive no Brasil com Teófilo Dias. De sua obra, derivam Rimbaud, Verlaine e Mallarmé. Baudelaire foi precursor de uma linguagem moderna no romantismo, concedendo a realidade uma submissão lírica. Assim, sua poesia é marcada pela contradição; de um lado via-se um herdeiro do romantismo obscuro de Allan Poe e Gerard de Neval, e de outro, o poeta que se opôs ao sentimentalismo redundante do romantismo francês.

Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de atribulações, Baudelaire morreu em Paris, no dia 31 de Agosto de 1867 nos braços de sua mãe, acometido pela paralisia geral.

Seu talento, capacidade intelectual e percepção romântica, só foram totalmente apreciadas após sua morte. Tanto um Baudelaire, em sua face crítica e ácida, como o poeta confessional e expontâneo; mas, principalmente, como a totalidade de sua obra e o devido reconhecimento que lhe é atribuído.

Por Spectrum



Obras Disponíveis:

Poemas
A alma do vinho
A Serpente que dança
A Vida Anterior
As Litânias de Satã
O Vampiro
Remorso Póstumo





.

23 outubro 2008

...agora e na hora de nossa morte...

Muito orei pra não ver este momento
Pra não sentir o cheiro destas flores
Agora é tarde, tudo foi em vão
Anjos e Demônios
Dançam em minha cabeça
Não tem mais peso as mentiras
nem extensão as verdades
Tudo agora é um grande vazio
Um buraco em minha existência
E pouco a pouco, vou perdendo o controle
Não consigo entender
Ninguém precisa mais de você, do que Eu
Não eram essas as flores que você merecia
Agora muito depressa, estou perdendo o controle
Não há mais vontade alguma
Agora me falta o "Alguém".


[Zéka Campos]
@todos direitos autorais reservados
.

22 outubro 2008

BRING TO MY LIFE

SUMIU.....

todas as coisas sumiram nessa tarde
a esperança,
a crença,
o coração
a vontade,
a verdade,
a solidão
um pedaço da saudade
quase toda a vaidade
o sim,
talvez,
o nunca,
o não
todas as coisas sumiram nessa tarde
a última chance,
o último tiro
o rosto da amada na minha memória
a voz que dizia "vambora, vambora"
o medo,
o segredo
meus anéis,
os seus dedos
o antes,
depois,
o quem sabe,
o agora
todas as coisas sumiram nessa tarde
fiquei eu inerte sem ter aonde ir
sem saber se o vazio é de chorar
ou de rir sendo eu só pedaço
só lembrança
de abraço
e na garganta uma dor que não dá pra engolir

21 outubro 2008

LATIM

A origem do idioma latino nos remete aos tempos pré-históricos. Mas apenas no século III a.C adquiriu formas literárias e estrutura gramatical reconhecida. Assim, sua consolidação deu-se no século I a.C..
O latim era o idioma falado pelos latinos, etruscos e sabinos; povos que habitavam a região central da Itália chamada de Lacio (Latium), onde atualmente encontra-se a cidade de Roma. Da união destes três povos surgiu a civilização romana.
Até o século V da era cristã, os romanos estenderam seu domínio sobre os outros povos através da superioridade bélica. A cultura romana também foi imposta e difundida pelo mundo. Assim, o idioma latino enraizou-se em várias civilizações e originou as línguas neolatinas faladas atualmente, como o português, espanhol, francês, romeno, italiano, etc.
O latim possui duas formas básicas: clássico (ou erudito) e eclesiástico. O clássico é considerado a forma culta, e está vinculado aos filósofos como Sêneca, Cícero e César. O latim eclesiástico surgiu a partir da era cristã do império romano, e foi difundido por Santo Agostinho, São Ambrósio, São Jerônimo entre outros.
Historicamente seus períodos podem ser divididos, com maior exatidão, desse modo:
Pré-clássico, do século VII a.C. ao século II a.C.. As inscrições mais antigas procedem do século VII a.C. Nos séculos III e II a.C. a literatura faz sua aparição, sob influência grega (Plauto, Terencio).
Clássico, do século II a.C. ao século II d.C. A idade dourada da literatura latina.
Latim Vulgar, incluindo o período patrístico, do século II ao V d.C. Onde se inclui a Vulgata de São Jerônimo e as obras de Santo Agostinho. Esse Latim Vulgar é a essência do que é o italiano atual, tanto que para estudo do latim nos dias de hoje usa-se a pronúncia restaurada, que é o latim pronúnciado como o italiano, devido a dificuldade que há em conhecer a real pronúncia do latim na antigüidade.
Período Medieval, do século VI ao século XIV. A literatura latina continua mas surgem as línguas românicas.
Do século XV até os dias atuais. Redescoberta do latim da idade dourada no Renascimento. O latim vulgar continua sendo usado pelos eruditos até o século XVII, como Isaac Newton, e pela Igreja Católica Romana (obrigatório até meados do século XX).
Após a sua transformação em línguas românicas, o latim continuou fornecendo um repertório de raízes para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas.
No Brasil, o ensino do latim foi orientado pela sua forma eclesiástica e seu matiz de pronúncia italiana. Infelizmente, deixou de ser obrigatório no final dos anos sessenta. Inevitavelmente, houve um declínio significativo na qualidade do português brasileiro.
Atualmente, o latim se faz presente na música e na literatura. Algumas bandas, como o Tristania (na música Preludium, por exemplo) e After Forever (em músicas como Leaden Legacy e Ex Cathedra), incluem em suas letras citações em latim. Na literatura, alguns autores intitulam suas obras com expressões latinas. Por exemplo, o mineiro Alphonsus de Guimaraens, autor de Pulchra Et Luna e Ossa Mea.

Por Spectrum



Downloads Disponíveis:
Noções de Gramática para iniciantes em Latim (extraído de "Página do Latim")
Latim Básico - Miguel Barbosa do Rosário
Estudo Complementar - Gramática de Mendes de Aguiar e Gomes (3ª ed., 1925)
A paremiologia em latim medieval - Estudo
Orações em Latim
Expressões Latinas
Dicionário de Latim Jurídico


.

19 outubro 2008

MINHA MORTE

A lua, o vento, e a escuridão têm sido minhas únicas companhias nessa cidade. Depois daquela noite, que tem durado pela eternidade, nunca mais pude ver a luz do dia, nem sentir o calor do Sol. Ele me faz tanta falta... Como agora, a Lua estava linda, cheia, clara, enfeitando a noite fresca e estrelada que fazia. Eu voltava de um bar no qual estivera com amigos. Fazia tanto tempo que eu não os encontrava, foi muito bom revê-los. Nunca mais pude fazer isso. A imortalidade é antes maldição que dádiva! É cruel ter que viver para ver morrendo todas as pessoas que se ama. Uma sensação estranha percorreu meu corpo todo, um frio que eu nunca sentira antes.

Parei num semáforo, apertei o botão, e esperei o sinal abrir. Dentro da minha cabeça, um homem surgiu , dizendo-me “venha, siga-me”. O que era aquilo? O que estava acontecendo comigo? Eu ficara apavorada, queria chegar a minha casa o mais rápido possível. Não me sentia segura sozinha nas ruas de São Paulo à noite. Mesmo assim, foi como se alguma coisa me puxasse, como se uma vontade estranha a mim governasse minhas ações. Voltei-me para trás. Emergindo da escuridão, um homem vinha em minha direção. Não posso negar que era muito atraente, mas meu medo era grande.

Tive o pressentimento de que uma coisa ruim aconteceria – eu não sabia o quanto estava certa... Quanto mais perto ele chegava de mim, mais fortes eram as forças externas que me mantinham ali, parada, à mercê daquele estranho. Parando bem próximo de mim, disse “Venha, senhorita” em meu ouvido. Como ele sabia que eu era solteira? Estava tomada pelo pior pavor que jamais sentira e ele pasceria sentir isso. Podia sentir meu coração acelerado e minha respiração ofegante. Sem poder lutar contra o que me fazia obedecer, segui o homem alto e pálido.

O pavor que eu sentia era maior a cada segundo. De repente, me vi sozinha numa rua escura e praticamente desabitada. O silencio fazia-me escutar o murmúrio do vento, isso me trouxe de volta do transe no qual eu estava. Mas um frio nasceu dentro de mim, eu senti que ele se aproximava novamente. Dessa vez, o sujeito misterioso vinha de frente para mim. Ele vestia uma calça jeans, camisa preta social como as mangas dobradas até um pouco abaixo do cotovelo e sapatos pretos. Seus cabelos, também pretos, eram curtos e lisos, olhos bem claros e sua pele tinha uma palidez que não era normal. Fui dando passos para trás, à medida que ele se aproximava de mim.

Que bom que eu ainda conseguia controlar alguns dos músculos do meu corpo. Porém isso não era o suficiente para que eu pudesse fugir. Ele ia vindo para mim, me olhando profunda e fixamente dentro dos olhos. Senti como se minha alma inteira estivesse sendo obcervada por aquele homem sombrio que estava a minha frente. Qualquer perspectiva de reação acabou quanto dei de costas com uma parede trás de mim. Era impossível continuar indo para trás.

Mesmo assim, ele não parou de vir em minha direção, estava me alcançando... Por alguma razão, o misterioso sujeito não apressou o passo, continuou me olhando fixamente e vindo lentamente para perto de mim. Meu medo era tão forte que me paralisava... Chegando bem próximo a mim, encostou-me contra a parede e, quase que docemente, acariciou meu resto. Fiquei surpresa por tamanha gelidez, suas mãos que, assim como todo seu corpo, eram muito frios. Tremi quando imaginei a comparação dele com um cadáver.

Creio que ambos teriam praticamente a mesma temperatura. Foi acariciando meu pescoço e beijando minha boca, o frio crescia cada vez mais depois que fui tocada por ele. Não havia uma lâmpada sequer iluminando-nos, a Lua foi a única testemunha do que me aconteceu. Como esquecer do vulto sinistro, daquela noite maldita na qual conheci a pior das condições a que se pode submeter um ser humano? Como esquecer o ser tenebroso no qual me transformei? Bem, à luz azulada da Lua, a gelidez dentro de mim parecia aumentar mais e mais, a cada toque do homem que me agarrava.

Mesmo com medo, não pode deixar de sentir um certo prazer. Lentamente, fui desabotoando sua camisa e perdendo a cabeça. Quando dei por mim, ela já estava jogada no chão. Tomada por um fogo que nascia dentro de mim (mesmo que incompatível com a situação) deixei que ele desatasse minha blusa, acariciasse meus seios e me beijasse. Era estranho, mas não deixava de ser bom. Não era um simples caso de abuso, aquele homem, mais do que ter prazer, também queria me dar prazer...

Eu esperava tudo, menos aquilo. Inesperadamente, senti uma dor inconcebível, dois objetos extremamente pontiagudos e cortantes enterraram-se profundamente em meu pescoço. Senti meu próprio sangue correr quente pelo meu ombro, ele me comprimia contra o próprio corpo, parecendo um animal voraz. O ser misterioso parecia rejubilar-se bebendo meu sangue, minha vida... Involuntariamente, apertei-o o mais forte que pude, nas costas e no peito. Minhas unhas sempre foram cumpridas e resistentes. Pude sentir, com uma ponta de satisfação, que elas se enterraram na pele branca, indo pela carne fria do vampiro que me vitimava. Ingenuamente, eu tinha esperança de que ele me soltasse, mas estava enganada.

Por um segundo, quando finquei-lhe as unhas, ele levantou o rosto, olhou para a Lua e gemeu de prazer. Meu sangue escorria por seu queixo, descendo pelo pescoço pálido da criatura. Ele estava alucinado... Seu sangue agora se misturava ao meu... Tão inesperadamente quanto me mordera, o vampiro retirou as presas do meu pescoço. O prazer que mostrava no rosto se dissipara, dando lugar a uma tristeza aterradora, mesmo para uma criatura da noite. Abraçando-me forte, mantendo-me junto dele, numa atitude quase de ternura, curvou-se e me olhou.

Eu devia estar totalmente zonza, perdendo os sentidos (e realmente estava). De relance, pude ver uma lágrima vermelho-escura caindo da sue face, ele contemplava desoladamente a Lua. Tinha caído de joelhos, abraçando-me ainda. A gota rubra caiu certeiramente sobre meus lábios. Percebi que não me restava muito tempo de vida, meu sangue continuava a escorrer. Não sei por que instinto, bebi aquela gota, assinando minha condenação.

O ser amaldiçoado me manteve agarrada a ele tempo suficiente para que eu bebesse de seu sangue. Recobrei os sentidos, horas depois, no mesmo lugar em que tudo ocorrera. Em pânico, constatei que não tinha pulso. Nenhum ferimento, nenhuma dor... Nada! Foi a pior decepção da minha vida – e da minha morte. Eu não conseguia me conformar com os fatos... eu me transformei no ser que me assassinou!

Meu relógio marcava quatro horas, notei que os primeiros raios de um lindo Sol não demorariam por chegar. Pensei, realmente pensei, em ficar lá e esperá-los. Seria melhor assim, tanto para mim quanto para outras pessoas que ainda vivem, ignorando nossa existência. Mas não foi isso que aconteceu. Cambaleante e desolada, voltei rapidamente ao meu apartamento. Ainda bem que morava – e ainda moro – sozinha.

Desde então, nunca mais uma janela foi aberta durante o dia, que demora cada vez mais a passar... Hoje, quando olho no espelho e não vejo nada além da parede atrás de mim, me questiono a respeito do motivo pelo qual ainda protelo em por um fim a essa agonia eterna da minha morte. A dádiva da imortalidade nada é perto da maldição impregnada nessa solitária condição.
Porém, creio que não vai demorar. A janela já está aberta e o Sol logo nascerá...


Lady van Deayh
(Ana Pismel)




.

18 outubro 2008

A Cruz dos Espíritos

Este é o símbolo de maior força e o mais prodigioso dos signos cabalísticos. Sua atuação é magnética. Cada uma de suas partes reflete os poderes ocultos e imateriais do grande pélago dos espíritosEsta cruz deve ser usada somente nas ocasiões excepcionais. Deve ser repassado, sem o mínimo erro, para um pergaminho virgem. O homem deve trazê-la no bolso esquerdo e a mulher, entre os seios, como se fosse um escapulário.

A Cruz dos Espíritos propicia, a quem a carrega nas condições assinaladas, Felicidade, Amor, Saúde e Fortuna.



Extraído do livro "As Clavículas de Salomão" de Anthon Zeraschi





......

17 outubro 2008

EXORCISMO..

Nas culturas egípcia, babilônica, assíria e judaica, atribuíam-se certas doenças e calamidades naturais à ação dos demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura ocidental recebeu essas idéias através da Bíblia e do cristianismo primitivo.

No cristianismo, exorcismo (do grego exorkismós, "ato de fazer jurar", pelo latim exorcismu) é a cerimônia que visa esconjurar os espíritos maus, forçando-os a deixar os corpos possessos ou dominar sua influência sobre pessoas, objetos, situações ou lugares. Quando objetiva a expulsão de demônios, chama-se Exorcismo Solene e deve fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem aspersão de água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz, recitação de orações, salmos, cânticos, etc. Além disso, o ritual católico do exorcismo pode ser executado por sacerdotes somente quando são expressamente autorizados por bispos.

Possessões
Possessão é o estado ou condição em que o corpo e (ou) a mente de um indivíduo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou divindade) que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária.
A possessão, considerada como experiência de natureza psicológica e social, pode ser verificada individual ou coletivamente, e ter caráter inesperado, ou estar submetida a algum tipo de controle ritual; em diversas sociedades e culturas, figura como episódio ou experiência central da vida religiosa. Podemos dividir, genericamente, as formas de possessão em quatro categorias.

Encosto
O espírito fica próximo à pessoa, mas a influência é pequena. Neste caso, banhos de água e sal ou orações como o Pai-Nosso ou o Credo, afastam este espírito inferior. Geralmente estes espíritos são de pessoas que desencarnaram e pertencem à família do possuído.

Espírito opressivo
O espírito tem a capacidade de "vampirizar" a energia do indivíduo. Os efeitos são sentidos como um cansaço ou vontade de chorar que podem cessar de um momento para outro. Indica-se neste caso, que se utilize um saquinho de cor vermelha, sempre junto ao corpo para neutralizar a presença deste espírito. Também os banho de água com sal, são benéficos neste caso. A leitura do salmo 23 é o mais indicado contra o espírito opressivo.

Obsessão
O espírito consegue ficar de maneira tão dominante no corpo astral do indivíduo que pode até mesmo mudar o modo de falar e fazer coisas que normalmente não faria no dia-a-dia. Chega até mesmo a não reconhecer parentes e pessoas próximas de seu convívio. É bom frisar que aqui no Brasil de acordo com o espiritismo ou nas religiões afro-brasileiras como a umbanda e candomblé, existem os fenômenos de possessão de espíritos doutrinadores e iluminados, trazendo ao médium apenas benefícios.

Possessão demoníaca
Neste caso, o espírito toma o corpo da pessoa, fazendo com que ocorram até fenômenos de "poltergeist" (conjunto de fenômenos produzidos espontaneamente, que consiste em ruídos e deslocamento de objetos, podendo ter duração indeterminada).

Exorcismos na Bíblia
O Antigo Testamento, embora reconheça a atuação do demônio a partir da tentação e da queda de Adão no paraíso, praticamente não alude a uma ação maléfica direta do diabo sobre os homens.
Foi no judaísmo antigo que se atribuíram ao demônio intervenções muito concretas na vida cotidiana. O Livro de Tobias (século II a.C.), de influência assíria, narra um exorcismo praticado mediante a oração e utilização das vísceras de um peixe.
No Novo Testamento, que não apresenta modificações essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste de maneira mais realista nos exorcismos praticados por Jesus e por seus discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de possessos ou lunáticos. Em outros, da cura de enfermidades atribuídas à ação do demônio. Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João - 12:31). Esses milagres seriam um sinal da instauração do reino de Deus. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mt - 12:28).

Exorcismos na história da Igreja
As curas e os exorcismos foram comuns na igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da Igreja sob o imperador Constantino, os exorcismos carismáticos, realizados informalmente por qualquer cristão, deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanum reuniu mais tarde, diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos.
O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar muitos mistérios supostamente sobre-humanos, o que também sucedeu, de modo ainda mais intenso, com a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no século XIX. A Igreja Católica, como também algumas denominações protestantes, admite os exorcismos ordinários, contidos no rito do batismo, como símbolo da libertação do pecado e do poder do demônio. Pratica-se o exorcismo ordinário na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos. Os exorcismos solenes, que têm por objetivo expulsar o demônio do corpo de um possuído, são práticas raríssimas e só confiadas, mediante permissão episcopal, à sacerdotes muito experientes.
O exorcismo católico inicia-se com a expressão latina "Adjure te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem" (eu te ordeno, espírito maligno, pelo Deus Todo-Poderoso). O processo pode ser longo e extenuante, chegando a se estender por vários dias. A possessão está associada ao mal. O processo de libertação é feito de forma dramática e violenta. Os exorcistas recorrem as preces, água-benta, defumadores, essências de rosas e arruda. O sal que é associado à pureza espiritual também é utilizado.
Porém, o cristianismo deste século tem uma atitude dividida em relação ao exorcismo. Por um lado, mantém distância de sua prática, atuando mais próximos a psiquiatras e médicos e autorizando estudos para esclarecer este fenômeno. Mesmo assim, a Igreja oculta os casos confirmados de possessão a prática dos rituais de expulsão. Ainda, o Papa João Paulo II declarou ter aplicado o exorcismo sob uma jovem, em 1982.
Um relatório sobre exorcismo foi compilado pela Igreja da Inglaterra, em 1972, por uma comissão que incluía represen- tantes católicos e um consultor psiquiatra. Apesar de pretender desbancar as possessões, acabou fortalecendo esta idéia quando relacionada à possessão de lugares: "a interferência demoníaca... é comum em lugares não consagrados... assim como em conexão com sessões espíritas".
Porém, este relatório considera exorcismos de pessoas extremamente duvidosos. À luz da Igreja moderna, aqueles que se julgarem possuídos, devem, prioritariamente, procurar a ajuda de um médico ou psicólogo. Recorrer a um sacerdote cristão é considerado último recurso.
O padre Gabrielle Amorth, diz ter realizado aproximadamente 50.000 exorcismos mas considera que somente 84 foram possessões autênticas. O sacerdote diz que os sintomas incluem força física sobre-humana, xenoglossia (a fala espontânea em língua que não foi previamente aprendida) e revelações de segredos sobre as pessoas.
O cânone dominicano Walker, de Brighton, que coordena o Grupo de Estudos do Exorcismo Cristão, lembra de somente sete casos genuínos durante sua vida religiosa: "Normalmente, tudo que é preciso são conselhos e rezas".

O demônio e o exorcismo nas religiões

Católicos
Satanás, líder da rebelião dos anjos contra Deus, é a encarnação do mal que existirá até o fim dos tempos e contra o qual os cristãos devem estar sempre vigilantes. Há sinais que distinguem os endemoninhados, mas a Igreja recomenda que se recorra à avaliação de psiquiatras para evitar confusões com casos de histeria e esquizofrenia.

Anglicanos
O demônio pode ser combatido em orações, hinos e leituras da Bíblia, mas não existe uma cerimônia específica. Os casos de exorcismo são muito raros. Quando ocorrem, o possuído é "tratado" num grupo de orações, que lhe recomenda jejum, abstinência sexual e adoração a Deus.

Judeus
A literatura rabínica clássica não prevê a existência do demônio, por isso a religião não reconhece rituais de exorcismo. Nos séculos XVI e XVII, surgiu a figura do dibuk, espírito perverso que podia ser expulso em ritos de oração. Para a maioria dos judeus, é considerado apenas folclore.

Evangélicos neopentecostais
Todos os males são causados pelo demônio. Há tipos de possessão que estragam a vida amorosa, provocam miséria, perturbam a família. Nos cultos, os endemoninhados são conduzidos ao altar. O pastor grita com Satanás e exige que abandone o corpo em nome de Jesus.

(Fonte: Revista Época)

Por Spectrum



Texto Complementar:
O Rituale Romanum - Exorcismo

Download Disponível:
O Exorcista - Wiliam Peter Blatty


.

ALTA MAGIA

A Magia é a ciência dos segredos da Natureza. Para que ela funcione apropriadamente, um Bruxo deve trabalhar sempre em perfeita harmonia com as Leis da Natureza e da psique. Magia é a ciência e a Arte. Ao contrário do que as pessoas pensam, Magia não é fazer Rituais que interfiram na vida das pessoas, mas sim trabalhar com as energias da Natureza, do Universo e do próprio homem. Com o equilíbrio dessas energias vivemos em harmonia com a vida. A Magia é mais antiga que o Cristianismo, sendo a principal filosofia de diversas civilizações antigas.
Na Magia existem vários tipos de Sistemas e Níveis diferentes. Sendo assim, o estudo da magia exige uma grande dedicação para ter-se um bom conhecimento. A Alta Magia é muito confundida com a Teurgia, mas a Alta Magia trata da Magia Utilizável e a Teurgia trata da Magia Existente. A religião, em suas manifestações exteriores, não seria outra coisa além da Alta Magia Cerimonial. Por isso muitas pessoas comparam a religião e a Alta Magia. Dentre as mais difundidas, a Alta Magia repousa sobre o princípio de que, na natureza, há forças ocultas que são denominadas fluidos. Esses fluidos são de três naturezas:
Magnética e puramente terrestre;
Vital e principalmente humana;
Essencial e geralmente cósmica.

As energias consideradas pela Alta Magia podem ser utilizadas sob quatro formas:

A - Microcosmo:
1º - O homem atuando sobre si mesmo.
2º - O homem atuando sobre o seu mundo exterior.
(Se referem aos fluidos de que o homem pode dispor)

B - Macrocosmo:
3º - Os fluidos atuando no astro (a Terra).
4º - Os fluidos atuando fora do astro (no sistema solar).
(Se referem aos fluidos espalhados na natureza)

Cada uma das quatro formas podem funcionar de duas maneiras:
Magia Pessoal: Quando o fenômeno se opera sem o auxílio de qualquer rito exterior.
Magia Cerimonial: É o contrário da Magia Pessoal.

Classificações da Magia

- A Teurgia, ou Magia Iniciática - é muito secreta e desconhecida por exigir do operador aptidões excepcionais;

- A Alta Magia, ou Magia Usual - exige um desenvolvimento intelectual juntamente com o desenvolvimento psíquico cuja utilidade se impõe;

- A Feitiçaria, que a maioria dos buscadores toma pela Magia única ou original - emprega meios tradicionalmente transmitidos.

Ao contrário do que se poderia imaginar, as operações que não exigem dons excepcionais são aquelas classificadas entre as mais elevadas em Alta Magia. As operações que exigem do operador aqueles dons excepcionais encaixam-se mais particularmente no quadro da Magia

Comum, do qual faz parte a Magia Pessoal.
A operação mágica consiste no emprego de uma forma de energia cósmica, com a finalidade de obter-se um resultado, sobre um ponto preciso. Assim, ela implica um operador. Tal operador pode não ser uma pessoa física, mas uma pessoa moral e pode ser também uma personificação.

Daí originou-se a Primeira Regra: "Nenhuma operação mágica pode ser efetuada sem a intervenção de uma Inteligência". Esta inteligência aplica-se tanto a um ser humano ou uma coletividade humana, como a uma personificação de energias ou a uma coletividade fluídica.

O Mago e algumas considerações

Atualmente o termo mago é usado para aqueles que passaram pelas operações mágico-ritualísticas, de forma prática, então cognominados magistas. O mago já não precisa de ponto de referência, ele usa sua vontade para agir e dirigir no mundo da Lua Astral. O magista, ainda em processo iniciático de desenvolvimento, requer a ajuda e o treinamento de rituais mágicos com pontos de referências.

Use a Magia de maneira sábia, cautelosa e somente de maneira positiva. A Magia é algo muito sério e nunca deverá ser abusada ou tratada como um jogo de salão ou brincadeira. Nunca utilize qualquer forma de Magia para manipular a vontade e/ou as emoções de outra pessoa.

Como o carma retorna por três vezes para todas as pessoas pelos seus atos nesta vida, seria atitude de autodestruição para qualquer Bruxo ou Mago utilizar a Magia Negra para causar danos a alguém. Quando estiver lançando um encantamento, concentre-se sempre profundamente e coloque claramente em sua mente aquilo que você precisa ou deseja.

"Magia é a Ciência Natural desconhecida"
(Karl du Prel)

.

16 outubro 2008

ANJOS..

A palavra Anjo origina-se da palavra grega "Angelus", que significa mensageiro. Os anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus pouco antes da criação do Universo ( Ne.9:6 - Sl.148:2; Cl.1:16 ). A bíblia não indica com precisão em que momento foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos ver em Jó 38:4-7 – Gn.1:1; 2:1. Não podemos também definir número, mas sabemos que um "exercito" compreende grande quantidade, uma "legião" compreende um número grandioso ( Dn.7:10; Mt.26:53; Hb.12:22 ). Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem ( Mt.22:30 ).Na Bíblia encontramos cerca de 300 citações a respeito dos anjos e a palavra hebraica para anjo é Malakl ("Malachim"). As primeiras descrições sobre anjos apareceram no

Antigo Testamento e a menção mais antiga de um anjo aparece em Ur, cidade do Oriente Médio, há mais de 4.000 a.C. Na arte cristã eles apareceram em 312 d.C., introduzidos pelo imperador romano Constantino, que sendo pagão, converteu-se ao cristianismo quando viu uma cruz no céu, antes de uma batalha importante.Em 325 d.C., no Concílio de Nicéia, a crença nos anjos foi considerada dogma da Igreja. Em 343 d.C. foi determinado que reverenciá-los era idolatria e que os anjos hebreus eram demoníacos. Em 787 d.C. no Sétimo Sínodo Ecumênico definiu-se dogma somente em relação aos arcanjos: Miguel, Uriel, Gabriel e Rafael.No Novo Testamento, anjos apareceram nos momentos marcantes da vida de Jesus: nascimento, pregações, martírio e "ressurreição". Depois da ascensão, Jesus foi colocado junto ao Anjo Metatron.Os escritos essênios, fraternidade da qual Jesus fazia parte, estão repletos de referências angelicais.

Também no Alcorão, encontraremos muitas citações sobre esse tema. Concluímos dessa forma que Deus não criou na terra somente os seres visíveis, mas também os invisíveis, e embora vivam em esferas diferentes, estão intimamente relacionados, atuando como co-autores da criação divina em tudo o que existe sobre a Terra. São Tomás de Aquino foi um estudioso do assunto. Ele dizia que os anjos são seres cujos corpos e essências, são formados de um tecido da chamada luz astral. Eles se comunicam com os homens através da egrégora, podendo assim assumir formas físicas.Os anjos ficam num plano intermediário entre Deus e os Homens e muita gente diz poder vê-los quando sai deste plano astral. Embora eles não tenham formas definidas, cada povo de acordo com sua cultura, dá a forma aos seus anjos: para os africanos, os anjos são negros; para os japoneses, eles têm feições orientais, para os hindus, são mulheres e são chamados "Devas". Em todas as culturas os anjos são invocados para atender à pedidos específicos e para isso precisamos chamá-los pelo nome. Os nomes dos anjos, tanto na cultura judaico-cristã, como no hinduísmo, são formados por uma combinação de letras que contem um significado específico. Gabriel por exemplo significa "Mensageiro de Deus". As línguas sagradas dos anjos são o sânscrito e o hebraico, e em ambas as culturas eles são 72 e de acordo com a cabala, representam os atributos de " Deus". Para a Cabala, cada letra é uma potência. O agrupamento das letras forma um nome, dando origem a um centro poderoso de energia. Deus é representado pela letra Yod que é a décima letra do alfabeto hebraico (Yod=10). Se juntarmos ao 10, as grandezas 15, 21, 26, que são pela numerologia os valores dos grupos de letras da palavra Jehovah, teremos como resultado 72 ( 10 + 15 + 21 + 26 ) = 72.Como os judeus não pronunciam o nome de Deus, os cabalistas desdobraram a palavra Jehovah através dos três versículos misteriosos do capítulo 14 do Êxodos e acrescentaram os nomes divinos IAH, EL, AEL, IEL; com esses desdobramentos e terminações deram nomes aos 72 anjos. Cada anjo tem influência em cinco datas do nosso calendário, porque por ordem divina, cinco letras hebraicas se juntaram a cada anjo, portanto 72x5=360. Faltaram cinco dias ( 5/janeiro, 19/março, 31/maio, 12/agosto e 24/outubro ) para completar os 365 dias que formam o ano; então, os cabalistas designaram estas datas, aos "Gênios da Humanidade".Os 72 anjos estão reunidos em nove categorias ou hierarquias cada uma liderada por um príncipe que governa oito anjos.

HIERARQUIA ANGÉLICA
CATEGORIA
PRÍNCIPE
ATRIBUTOS
Serafins
Metatron
Personificam a caridade e a inteligência
Querubins
Raziel
Refletem sabedoria divina e temperamento jovial
Tronos
Tsaphkiel
Proclamam a grandeza divina, através da música
Dominações
Tsadkiel
Detêm o governo geral do universo
Potencias
Camael
Regem as leis do mundo físico e moral.
Virtudes
Haniel
Regem a fauna, a flora e as riquezas minerais.
Principados
Raphael
Promovem os prodígios e os milagres da cura.
Arcanjos
Mikael
Regem a defesa dos pais, da família e das nações.
Anjos
Gabriel
Regem a segurança do indivíduo no corpo físico.

ORAÇÃO DOS 7 ARCANJOS
Para cada Arcanjo uma oração especial..

Oração do Arcanjo Gabriel: Santo Anjo da Anunciação, sagrado mensageiro de Deus, trazei-nos a mensagem celeste e cuidai para que compreendamos devidamente a palavra do Senhor. Fazei que estejamos prontos e vigilantes quando o sinal do tempo chegar. Amém.

Oração do Arcanjo Miguel: São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com Vosso escudo contra os embustes e as ciladas do demônio. Subjugue-os Deus, insistentemente o pedimos, e Vós príncipe da Milícia Celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém

Oração do Arcanjo Raphae:l Salve , Raphael, Arcanjo Médico de Deus. Vinde em nosso auxílio. Derramai Vosso poder curador sobre nós, para que cada célula de nosso corpo seja carregada novamente de força vital. Que todo nosso organismo se recupere com Vossa vontade e poder, curando o nosso corpo e espírito pela graça de Deus. Amém

Oração do Arcanjo Samael: Ó Arcanjo da Espada Flamejante ! Vós que exerceis a justiça de Deus, sede condescendente em nossas faltas, julgando-nos com benevolência. Que o fogo de Vossa espada purifique-nos da excrescência do Mal, liberando nosso espírito para exercer o bem sem julgar o nosso semelhante. Amém.

Oração do Arcanjo Sachiel: Grande Arcanjo da Misericórdia Divina, tende piedade de nós. Que Vossas bênçãos ocultem os nossos defeitos tornando-nos merecedores de Vossa complacência. Não olheis para os nossos pecados, mas para nossa fraqueza diante das tentações. Amém

Oração do Arcanjo Anael: Grande Arcanjo, pleno de amor Divino, envia-nos a corrente transbordante de Vossa graça e amor, para que sintamos em nossos corações a chama ardente do verdadeiro amor universal que reflui sobre todos os seres e coisas existentes pela graça de Deus. Amém

Oração do Arcanjo Cassiel: Ó grande Arcanjo, que tendes a graça da presença de Deus ! Projetai Vossa Luz para o nosso discernimento e sabedoria. Junto com o saber e a iluminação, dai-nos a humildade e a compaixão, para que possamos orientar e conduzir o próximo sem a imposição de nossa vontade. Amém.

OS ANJOS CAÍDOS
Havia um Anjo que estivera ao lado de Iahweh na criação e seu nome era Samael. 200 anjos, liderados por Samael ( Lúcifer ), desobedeceram às ordens do Criador, e ensinaram os homens a comer da Árvore do conhecimento, nome simbólico do ato gerador. Assim, gradativamente, seus olhos abriram-se e tornaram-se conscientes do mundo físico, mas perderam o contato com o mundo espiritual e com os Anjos Guardiães, que tinham sido, anteriormente, seus guias benevolentes. Quando os homens começaram a se multiplicar sobre a face da terra e lhes nasceram filhas, esses anjos viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulher todas as que lhes agradaram. Como transgrediram as leis, foram condenados a ficar presos no mundo inferior ( inferius / inferno ), nesta força ativa, impensada, de fogo. E desde então, são chamados de "Demônios" Diabo - ( Dividido Confusão ) ou "Gênios Contrários".O Gênio contrário atua quando você não pensa, age por instinto. São os animais que agem por instinto. A besta representa a ausência de raciocínio, a preguiça. A intenção do Gênio contrário é destruir seu lado forte, deixando-o fraco e tornando mais fácil a sua ação. Um exemplo da ação do Gênio contrário, é quando você vai falar alguma coisa para alguém e fala outra muito diferente. Você tem certeza que está sob a ação do Gênio contrário, quando algo acontece na família e você começa a fazer julgamentos e a brigar sem compreender. Lembre-se: Deus não julga.Atos ruins, más atitudes, vão se concentrando no seu terceiro chakra, a Kundalini, que é uma energia espiritual localizada na base da coluna vertebral. Quando este chakra fica saturado, esta energia retorna invertida, havendo muitas vezes a possibilidade da pessoa sentir-se atraída pelo homossexualismo. Coincidência ou não, é muito grande o número de homossexuais nos centros de magia baixa.O Gênio contrário que atua dentro de nós, é mil vezes mais perigoso do que qualquer ser vivo. Um ser vivo pode tentar nos matar, no entanto, nosso gênio contrário irá tentar de todas as maneiras corromper a nossa alma. O gênio contrário não gosta de ambientes perfumados, por isso que devemos sempre usar os incensos. E também onde houver bebês até setes meses, faz com que eles percam a sua força.Os Anjos têm dificuldade de permanecer na Terra por muito tempo. O que permite a permanência do Anjo na Terra é a energia e a luz de nossa aura, pois a aura é para o Anjo o mesmo que o oxigênio para nós. Quando estamos tristes e passando por dificuldades, nossa aura enfraquece e o Anjo sente dificuldade de atuar, então o Gênio Contrário, ganha força, nos deixando antipáticos e em dificuldades.O gênio contrário representa a ilusão, o egoísmo, o sexo depravado, os vícios, as dependências. Mas aí, perguntamos: se temos nosso Anjo sempre perto de nós, como os Gênios contrários se aproximam? Simples: é no momento em que abrimos nossa guarda e damos vazão a pensamentos negativos. Quando caímos em depressão, sentimos inveja. Isso faz com que o nosso Anjo fique "triste" e se afaste. Ele não pode ficar perto desta energia ruim que neste momento estamos emanando. É o momento propício para a aproximação do Gênio contrário. E ele irá fazer de tudo para que você se mantenha neste estado, para que ele seja seu dominador. Por isso, é muito importante que você perceba a sua presença. Por que assim você conseguirá afastá-lo, mantendo sua energia sempre ativa, buscando seu Anjo, cuidando para que ele nunca se afaste de você.Sabe como perceber a presença de um Gênio contrário? É quando você escuta uma pessoa falar: "Eu quero parar de fazer tal coisa...mas não consigo! É mais forte do que eu..." Ou quando você percebe que o "seu santo não bate" com o de outra pessoa. Quando isso acontecer, irradie uma luz rosa, saindo do seu corpo, indo em direção a outra pessoa, para neutralizar a influência negativa.Adão é representado por uma árvore (da vida), cujo tronco representa a humanidade, os galhos as raças e as folhas os indivíduos. Os maus são as folhas secas, ressentidas e invejosas que caem, transformando-se em adubo e fortificando a árvore, que assim fornecerá frutos mais bonitos e saborosos. Os cabalistas hebreus chamavam os Gênios contrários de "cascas". Da mesma forma que a casca grosseira de uma árvore, mesmo tornando-a feia, protege-a contra pragas e intempéries preservando sua seiva, a energia do Gênio contrário pode ser revertida em seu benefício, se você pensar, raciocinar, isto é, estiver perto de Deus.Setenário dos DemôniosDa mesma forma que os Arcanjos, os Demônios receberam significações que lhes conferem uma certa personalidade.Temos então o seguinte:

Setenário:Belzebuth: - Príncipe dos demônios.
Samael: - Príncipe dos ares e dos anjos do julgamento.
Python: - Espírito das profecias.
Asmodeu: - Anjo exterminador.
Belial: - Espírito da perfídia.
Lúcifer: - Espírito da luz astral.
Satan: - O oposto de Deus.

Alguns seres humanos quando perdem o corpo (a matéria), não se despojam da vibração energética do instinto, ficando presos no mundo inferior, até que uma "batalha" espírito/alma/inteligência, consiga a elevação, orientada pelo anjo de guarda.

Por Carlos Roberto ( Amon Sol )
site MAGIA DOURADA


.

15 outubro 2008

MORTE & POESIA

Mais do que em outras gerações do romantismo, o ultra-romantismo se destacou através do sentimentalismo excessivo e sombrio. Além disso, vários de seus autores tiveram a existência marcada pelo sofrimento, e um reconhecimento literário póstumo.

O autor Cruz e Sousa teve o casamento atormentado pelos distúrbios mentais de sua esposa, e a morte de seus quatro filhos vitimados pela tuberculose pulmonar. Edgar Allan Poe viveu na miséria por muito tempo. O escritor e religioso Junqueira Freire morreu, prematuramente, aos 23 anos. Casimiro de Abreu morreu enfraquecido pela tuberculose em 1860, três meses antes de completar 22 anos.

Assim também foi a trajetória do mais famoso ultra-romântico brasileiro: Álvares de Azevedo. O paulista viveu e escreveu sob a tétrica fluência Byroniana, falecendo precocemente no dia 25 de Abril de 1852, antes de completar 21 anos. Enquanto seu corpo era sepultado, o amigo Joaquim
Manuel de Macedo recitava "Se Eu Morresse Amanhã"; obra escrita por Álvares de Azevedo poucos dias antes. Mas o poeta teria pressentido sua morte?

O inglês Lord Byron morreu aos 36 anos, mas sua poesia é vasta, pontuada nos temas fúnebres e sobrenaturais. Em sua inacabada obra Don Juan, escreveu: "Sobre o tálamo nupcial, dizem os rumores/ Na noite das bodas de leve esvoaça/ Mas ao leito de morte de seus senhores/ Não falha - para gozar a desgraça..." Esta é uma alusão ao fantasma do Frade Negro. Há uma lenda, que esta aparição invadia a mansão da Família Byron regozijando-se nas tragédias; por outro lado, apresentava-se com feições pesarosas nas ocasiões felizes. Mas este fantasma teria atormentado e, de certa forma, inspirado Lord Byron?

O conceito do suicídio também está presente, mas algumas vezes, esta idéia foi além dos versos e alcançou a vida dos autores. Abalado com o falecimento de seu avô, Lovecraft tentou se matar aos 14 anos, atirando-se de bicicleta no rio Barrington. A biografia da poetisa Florbela Espanca nos traz um exemplo fatal: após casamentos infelizes, rejeição da família e da sociedade e dois abortos, Florbela suicidou-se aos 36, anos ingerindo uma dose excessiva de medicamentos.

As tragédias pessoais também alimentam a inspiração ultra-romântica. Fagundes Varela escreveu Cântico do Calvário, uma homenagem ao seu filho morto com apenas três meses de vida. Ainda sofreu a perda de outro filho em seu segundo matrimônio, e faleceu aos 34 anos em absoluto desequilíbrio mental.

Ainda neste contexto, podemos citar novamente Florbela Espanca. A poetisa portuguesa é autora de As Máscaras do Destino; dedicada ao seu irmão que também cometeu suicídio. Alphonsus de Guimaraens perdeu sua noiva Constança, vítima de tuberculose aos 17 anos. Mesmo casando-se posteriormente, toda sua vida e obra foram marcadas por esta ausência.
Portanto, a saúde frágil e muitas vezes debilitada pela incurável tuberculose (segundo o inglês Shelley: "a doença da moda"), decepções afetivas, fracassos financeiros e a perda de entes queridos formaram um quadro dramático comum aos poetas, que parece ter contribuído intensamente na inspiração e refletido nos temas soturnos do estilo. Assim, a alma dos ultra-românticos manifestava o tédio, melancolia e desilusão em que viviam imersos.

Mas seriam os poetas "tristes de nascença"? Ou tornavam-se "poetas tristes" em decorrência de uma vida repleta de sofrimento?


Por Spectrum



.

Personagens Históricos - ELIPHAS LEVI

NOTA:
Este desenho da Cabra Sabática (que Eliphas Lévi identificou como o Baphomet, ídolo supostamente adorado pelos Cavaleiros Templários ) pode ser interpretato em três níveis. No primeiro deles poderá ser visto como o Diabo tradicional, judaico-cristão, criatura ligeiramente cômica e, ao mesmo tempo, horripilante. Num segundo nível representará, talvez, a sexualidade masculina, da qual Lévi só falava mediante alusões. No terceiro, o próprio Lévi escreveu que " todos os iniciados nas ciências ocultas... adorarão sempre o que representa este símbolo". Trata-se de uma representação da Luz Astral, o meio imponderável cuja existência permite explicar muitos fenômenos ocultos. ( A Cabra Sabática, gravura de Eliphas Lévi, Magia Transcendental, edição de 1896)

A Origem Religiosa

O abade francês Alphonse Louis Constant, conhecido nos meios ocultistas como Eliphas Levi Zahed (tradução hebraica de seu nome), é considerado por muitos, o mais importante ocultista do século XIX. Eliphas nasceu no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris, filho do sapateiro Jean Joseph Constant e da dona de casa Jeanne-Agnès Beaupurt. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha.

Quando pequeno, Levi possuía grande aptidão para o desenho. Mesmo assim, seus pais o encaminharam para o ensinamento religioso aos 10 anos, quando ingressou no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L'Île, onde aprendeu catecismo com o abade Hubault. Aos 15 anos, devido ao seu brilhantismo e dedicação ao sacerdócio, foi encaminhado ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, e começou a se aprofundar nos estudos lingüísticos de forma tão notável que logo lia a Bíblia em sua versão original. Em 1830, foi cursar filosofia no seminário de Issy.

Mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia.
Após terminar o curso de teologia, Eliphas ascendeu na hierarquia da Igreja e foi aceito nas ordens maiores, ordenando-se subdiácono. Começou a lecionar em um colégio para moças e, seguindo com dedicação a carreira eclesiástica e seus estudos religiosos, escreveu uma peça bíblica chamada Nimrod, e vários poemas religiosos que projetaram sua imagem dentro da Igreja.

Entretanto, o jovem Alphonse sentiu o peso de tantos anos de reclusão e ascetismo. Conheceu uma jovem, pobre, tímida e retraída que os outros padres haviam se recusado a atender e preparar para a comunhão. Eliphas não só aceitou a tarefa, como prometeu tratá-la como filha. A menina, que se chamava Adele Allenbach, de uma beleza pura e cândida, pareceu a Eliphas ser a imagem da própria Virgem Maria. Essa beleza juvenil correspondeu para ele a uma "iniciação à vida", pois amou-a ternamente como se fosse uma deusa, marcando para sempre em sua vida.
Eliphas foi ordenado diácono, em 1835, mas no ano seguinte, quando estava para atingir o cargo de sacerdote, confessou ao seu superior o que havia sentido com relação à jovem, anos antes. Desse momento em diante, as portas da carreira eclesiástica se fecharam brutalmente para ele, o que lhe causou uma grande consternação e abalou sua visão de Deus e do mundo religioso.
Aos 26 anos, Eliphas saiu do seminário e começou uma nova jornada em sua vida. Sua mãe, ao saber de sua saída, suicidou-se. E isso, somado ao fato de que muitos boatos que começaram a circular, diziam que havia sido expulso do seminário pelo seu envolvimento com uma jovem, o deixou muito abalado.


A Descoberta do Ocultismo

Sem experiência do mundo, Eliphas teve muitas dificuldades para encontrar um emprego, principalmente pelos boatos que denegriam sua imagem. Assim, percorreu grande parte da França, trabalhando algum tempo num circo e, em Paris, como pintor e jornalista, atividades que o levaram a conhecer um grande número de intelectuais e estudiosos. Com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros, fundou uma revista denominada As Belas Mulheres de Paris, na qual aplicava-se como desenhista e pintor e Esquirros como redator.
Em 1839, Eliphas dirige-se a um local no qual entraria em contato com o oculto e as leituras consideradas proibidas e perigosas para os cristãos, descobrindo que não havia perdido a inclinação para a vida mística e religiosa. Na cidade de Solesmes, havia um convento dirigido por um abade que não seguia as regras oficiais da Igreja e que tinha em seu acervo de documentos, grande quantidade de livros e textos gnósticos, muitos deles ligados à magia e aos seres de outros planos. Assim, Eliphas, estimulado pelos acontecimentos em sua vida, mergulha nessas leituras, procurando entender as relações entre Deus, o homem, o pecado e o Inferno. Lia os mais diversos autores em busca das respostas e, lendo livros da Senhora Guyon, chega à conclusões que mudariam a sua maneira de pensar dali em diante, como ele próprio chegou a descrever: "A vida e os escritos dessa mulher sublime, abriram-me as portas de inúmeros mistérios que ainda não tinha podido penetrar; a doutrina do puro amor e da obediência passiva de Deus desgostaram-me inteiramente da idéia do inferno e do livre arbítrio; vi Deus como o ser único, no qual deveria absorver-se toda personalidade humana. Vi desvanecer o fantasma do mal e bradei: um crime não pode ser punido eternamente; o mal seria Deus se fosse infinito!".
Partiu, então, de Solesmes com uma profunda paz no coração. Não acreditava mais no inferno! Já sem se fixar em emprego algum, Levi começou a escrever e divulgar suas descobertas místicas, que iam diretamente contra as idéias oficiais da Igreja. Também entrou em contato com os escritos do místico sueco Emmanuel Swedenborg (1688 - 1772), que Levi dizia serem capazes de conduzir o neófito pelo "Caminho Real", embora não contivessem a "Verdadeira Verdade".
Após publicar sua Bíblia da Liberdade, Levi foi preso, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação, e teve de pagar uma multa considerável para a época.

Em 1845, já influenciado por grandes magos da Idade Média, como Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa, Levi escreve sua primeira obra ocultista, chamada O livro das Lágrimas ou O Cristo Consolador.

No ano seguinte Eliphas se casa com Marie-Noémie Cadiot. Matrimônio esse, que acabou sendo um verdadeiro suplício para ele. Influenciado pela esposa, Levi chegou a escrever panfletos políticos incitando o povo contra o governo e a ordem vigente. Foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de estimular o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial; cumpriu seis meses da pena, graças à interferência de Noémie junto ao governo.

No ano de 1847, nasce a filha de Levi. Menina de saúde frágil que por várias vezes, esteve próxima da morte. Numa dessas ocasiões, Eliphas usou seu conhecimento dos sacramentos e das artes mágicas e reviveu a menina, numa cerimônia semelhante ao batismo cristão. Mas, em 1854, a menina não mais resiste às constantes debilitações e falece, para desespero do pai. Essa perda o marcou profundamente e influenciou para que seu casamento não durasse muito.
Eliphas chegou a fundar um clube político, em 1848, mas no ano seguinte abandonou-o, para dedicar-se exclusivamente ao Ocultismo.


A Consolidação do Grande Mestre

Embora saibamos que os estudos ocultistas de Eliphas começaram no mosteiro, a data de sua iniciação, propriamente dita, ainda é duvidosa. Sabe-se que ele colaborou e foi amigo do iniciador do famoso mago Papus. No entanto, tudo indica que o ocultista polonês Hoene Wronski, tenha sido o introdutor de Eliphas no "Caminho". Inclusive, Wronski ao falecer em 1853, em Paris, deixou setenta manuscritos catalogados por sua esposa, à Eliphas Levi, havendo outros que foram doados à Biblioteca Nacional de Paris.
No ano seguinte a morte de Wronski, Levi foi para Londres, onde teve contato com vários ocultistas que queriam ver os prodígios e milagres que ele era capaz de realizar. Ao que parece, esses praticantes viam na magia mais um objeto de curiosidade, do que um caminho de auto-realização. Isso fez com que Eliphas rapidamente se afastasse deles, isolando-se no estudo da Alta Cabala, fato que acabou abrindo ainda mais sua percepção mágica.
Eliphas encontrou, nesse período, um Grande Adepto (uma pessoa que atingiu um dos Grandes Graus dentro das Ordens da Senda Real e da realização divina), que se tornaria seu grande amigo: Edward Bulwer Lytton. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas sobre as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os grandes expoentes. Inclusive, consta que teriam realizado trabalhos espirituais em conjunto, indo desde invocações a contatos com seres de outras esferas de realidade. As anotações desses trabalhos foram parar nas mãos de Papus, e publicadas posteriormente. Nesse material, existem registros sobre três visões de Levi e Lytton: de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana (na qual Apolônio é descrito como um velho). Nessas invocações e visões, teriam entrado em contato com forças que lhes revelaram os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse, possibilitando a compreensão da Cabala Mágica; conheceram eventos futuros sobre a vida de ambos e sobre a humanidade; conheceram a Magia Celeste; também fora-lhes dito sobre as chaves dos milagres e de todos os prodígios mágicos; e, parte mais difícil da busca mágica, como manter e honrar os saberes conquistados na Senda e na Busca pelo Real Caminho.

Em 1855, Eliphas começou a publicar a Revista Filosófica e Religiosa, sendo que vários artigos da mesma, seriam posteriormente utilizados em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publica sua obra mais conhecida: Dogma e Ritual da Alta Magia, desvendando as várias faces do saber mágico. Publica também, o poema Calígula, retratando na personagem, o imperador Napoleão. Desse modo, é preso imediatamente, sendo solto após algum tempo.
Em 1859, publicou História da Magia, em que relata o desenvolvimento mágico ao longo da história, e que compõe, com os dois livros anteriores, o conjunto de livros ocultistas tidos como uma "bíblia", por todos os que vieram a estudá-los.

Eliphas estava sempre cercado por grande número de amigos e discípulos, todos eles com conhecimentos profundos; muitos estavam ligados às várias linhas mágicas e sociedades esotéricas que existiam na Europa do século 19, a maioria deles, compondo a elite cultural parisiense da época. Mesmo assim, ainda que tendo acesso a todo o luxo que desejasse, Eliphas manteve uma vida bem simples, mantendo sempre o seu espírito em um estado de paz e quietude. Sempre tomava cuidado com o que comia e bebia, evitando os extremos de calor e frio, e vivia numa casa fresca e arejada. Também se dedicava a exercícios moderados para manter o corpo forte. Aos que adoeciam e o procuravam, sempre recomendava remédios naturais e um estilo de vida como o que levava: simples e dedicado.

Em 1862, publicou aquela que, segundo ele próprio, era sua obra mais elaborada: Fábulas e Símbolos. Consta que o livro não contou apenas com a erudição de Levi, mas que ele estava inspirado por forças maiores, como se as idéias simplesmente nascessem, e a própria Vontade Divina agisse, movendo suas mãos. Ele se sentia em extrema comunhão com a Luz que envolvia seu trabalho.


O Destino Selado

Seu trabalho ficou cada vez mais conhecido e não havia quem não quisesse conhecer Eliphas. Entretanto, quando tudo transcorria calmamente, uma visita mudou sua a pacata vida.
Era um rapaz bem vestido, com um sorriso sarcástico e que, em tom jocoso, cumprimentou Eliphas formalmente, entrando na casa como se fosse sua própria. Assustado, Eliphas procurou descobrir quem era aquele rapaz. O jovem disse que, embora não o conhecesse, ele sabia tudo sobre sua vida, tanto seu passado quanto seu futuro, e continuou, dizendo: "Sua vida está regulada pela lei inexorável dos números. Sois o homem do Pentagrama e os anos terminados pelo número cinco sempre vos foram fatais. Olhai para traz e julgai: em 1815 vossa vida moral começou, pois vossas recordações não vão além, em 1825 ingressastes no seminário e entrastes na liberdade de consciência; em 1845 publicastes A Mãe de Deus, vosso primeiro ensaio de síntese religiosa, e rompestes com o clero; em 1855 vós vos tornastes livre, abandonado que fostes por uma mulher que vos absorvia e vos submetia ao binário. Notais que se houvésseis continuado juntos, ela vos teria anulado completamente ou teríeis perdido a razão. Partistes em seguida para a Inglaterra; ora, o que é a Inglaterra? Ela é o Iod da Europa atual; fostes temperar-vos no princípio viril e ativo. Lá vistes Apolônio, triste, barbeado e atormentado como estavas naquele período. Mas esse Apolônio, que vistes era vós mesmo; ele saiu de vós, entrou em vós e em vós permanece. Vós o revereis neste ano de 1865, mais bonito, radioso e triunfante. O fim natural de vossa vida está marcado (salvo acidente) para o ano de 1875; mas se não morrerdes neste ano, vivereis até 1885".

Após isso, riu-se e incitou Levi com ambições e alusões à sua grande capacidade mágica e erudição. Além disso, durante todo o tempo, mostrou desprezo pela figura de Cristo e ainda disse: "Vós negastes minha existência, chamo-me Deus. Os imbecis denominam-me Satã. Para o vulgo chamo-me Juliano Capella. Meu envelope humano tem vinte e um anos; ele nasceu em Bordéus; tem pais italianos".

O estranho visitante, então partiu, e jamais os biógrafos de Eliphas Levi encontraram qualquer traço do mesmo. O ano de 1865, como ele tinha predito, foi triunfal para Eliphas, pois a publicação de sua Ciência dos Espíritos trouxe-lhe enorme reputação entre os ocultistas de seu tempo.


Da vida para a História

Em 31 de maio de 1875, como o visitante daquele dia havia profetizado, Eliphas Levi falece. Sua morte transcorreu sem agitações. Com coragem e resignação, ele se manteve calmo, pois sabia que sua missão havia sido realizada, tanto no que diz respeito a realizações externas como espirituais. Deixou poucos bens materiais, já que sempre viveu humildemente. Em seu testamento, deixou apenas manuscritos e algumas obras de arte em nome de pessoas próximas, e também algo para a caridade.
Eliphas Levi não foi só um grande ocultista, mas um grande homem. Não se dedicou apenas a descobrir e desenvolver suas habilidades mágicas; seus feitos não eram o objetivo do caminho verdadeiro, mas uma conseqüência; o efeito das experiências de contato com o Deus que sempre habitou em seu coração. Eliphas procurava a conexão com o saber maior; queria desenvolver seu espírito para que ele rompesse a prisão do dualismo e superasse o universo das ilusões e das aparências. Seus livros são chaves que ajudam os iniciados a abrir portas, descobrindo a sabedoria dos mais diversos planos de existências. Através de seus estudos pode-se compreender a verdadeira Kabbalah, a qual permite entender o mecanismo da vida e da criação nos mais diversos planos de existência.
Acima de tudo, Eliphas demostrou ser um exemplo, de como se devem portar os grandes mestres ocultistas, agindo com humildade, calma e sabedoria; permitindo que sua aura permeie o ambiente e transmita a Luz em todas as direções. Deixando para a humanidade, como sua grande e maior obra, a própria vida.

Por Spectrum



Downloads Disponíveis:
A Cabala de Eliphas Levi
A Chave dos Grandes Mistérios
A Ciência dos Espíritos
Dogma e Ritual de Alta Magia
O Grande Arcano do Ocultismo Revelado
O Livro dos Sábios
Os Paradoxos da Sabedoria Oculta



.