
A infância de Florbela foi próspera e amparada pelo pai. Em outubro de 1899, começa a freqüentar o ensino pré-primário, passando a assinar Flor d'Alma da Conceição Espanca. O poema A Vida e a Morte, data de 11 de novembro de 1903. Ao que tudo indica, essa é sua primeira manifestação literária, que já anunciava a predileção dos temas que abordaria com mais profundidade no decorrer de sua vida.
Em junho de 1906, Florbela conclui a instrução primária, e em 1907 dá sinais de sua doença: neurastenia. Após a morte de Antonia da Conceição em 1908, toda a família muda-se para Évora, e João Maria estabelece-se com Mariana. A partir daí, Florbela e Apeles são criados pela madrasta, e prosseguem os estudos no Liceu André Gouveia.
Em 1911, Florbela inicia o namoro com Alberto de Jesus Silva Murtinho, seu colega de classe desde o primário. No ano seguinte, conclui o estudo secundário e apaixona-se por José Marques, desfazendo o namoro com Alberto, que viria a ser reatado tempos depois. Finalmente emancipada aos 19 anos, casa-se no Registro Civil de Vila Viçosa com Alberto Murtinho.
Apesar das restrições econômicas, o casal muda-se para Redondo na Serra D’ossa, em 1914. Florbela e o marido abrem um colégio. Foi numa festa onde seus primeiros versos foram lidos em público. No ano seguinte inicia o projeto Trocando Olhares, que seria concluído ao longo de um ano e meio, com trinta peças de sua vasta produção poética.
O soneto Crisântemo é publicado em 1916 na revista "Modas e Bordados". Florbela torna-se amiga pessoal da diretora, da qual passa a trocar correspondência. Alguns meses depois, passa a colaborar no "Notícias de Évora" e "O Século", desistindo do projeto Alma de Portugal.
Apesar de seus estudos e suas intenções estarem voltadas para as letras, Florbela matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Financiada por seu pai, passa a residir nesta cidade em outubro de 1917. Em 1919, Florbela sofre um aborto involuntário e muda-se para Quelfes.
No dia 30 de abril do mesmo ano, separa-se de Alberto Murtinho e passa a sofrer a rejeição da sociedade de sua época. Posteriormente, retorna para Lisboa a fim de prosseguir o curso. Em junho, lança o Livro de Mágoas com a dedicatória: "Ao meu pai. Meu melhor amigo", e "À querida alma irmã da minha. Ao meu irmão". Em 1920, Florbela abandona a faculdade e inicia a obra Claustro das Quimeras, passando a viver em Matosinhos com o republicano Antônio José Marques Guimarães, casando-se em 1921.
De volta a Lisboa em 1923, publica o Livro de Sóror Saudade, e muda-se para Gonça, recuperando-se de um novo aborto. O casamento desgasta-se e Antonio Guimarães pede o divórcio, oficializado apenas em 1924. Por este fato a família de Florbela a ignora por dois anos, fato que a abalou muito.
Em 1925 Florbela muda-se para Esmoriz, e passa a viver na casa do médico Mario Pereira Lage, casando-se com ele no civil e na Igreja. Dois anos mais tarde, enquanto traduzia romances franceses e iniciava o conto O Dominó Preto, é avisada da morte de seu irmão, em 6 de junho de 1927. Apeles que tinha se tornado aviador, desesperou-se com a morte de sua namorada, e lançou-se de avião no rio Tejo. Este fato abalou profundamente a escritora, e a inspirou a escrever As Máscaras do Destino.
Enquanto seu casamento se desgasta, sua saúde torna-se cada dia mais frágil. Florbela tenta suicídio, e apaixona-se pelo pianista Luis Maria Cabral, a quem dedica Chopin e Tarde de Música.
Em 1929, sua participação no filme Dança dos Paroxismos é recusada pelo diretor Jorge Brum do Canto. Florbela retorna para Évora, onde em 1930 começa a escrever o Diário do Último Ano que seria concluído apenas em 2 de dezembro. Passa a colaborar nas revistas "Portugal Feminino" e "Civilização". De volta a Matosinhos, tenta suicídio mais uma vez.
Nos meses de outubro e novembro do mesmo ano, a neurose torna-se insuportável e é diagnosticado um edema pulmonar. Finalmente, na madrugada de 7 para 8 de dezembro de 1930, suicida-se ingerindo uma dose excessiva de Venoral. Porém, a causa oficial de sua morte foi o edema.
Florbela é a poetisa dos exageros emotivos e confessionais. Frases como "Eu quero amar, amar perdidamente!" são comuns em suas obras. Autora que manifesta uma expressão marcante dos próprios sentimentos, e um lirismo intimamente ligado à sua terra.
Florbela expõe em suas obras uma aparência parnasiana mais próxima dos escritores neo-românticos; além da liberdade e o erotismo conjugado com a própria vida. Autora de imagens fortes e verdades físicas chocantes com os valores de sua época, Florbela obteve reconhecimento póstumo. As publicações de suas obras só ganharam repercussão após o suicídio. Atualmente, é considerada uma das maiores poetisas de língua portuguesa em todos os tempos.
Por Spectrum
Obras Disponíveis:
Contos (Downloads)
Em busca de um novo rumo
O dominó preto
Poemas (Downloads)
Livro das Mágoas
Livro de Sóror Saudade
O Livro d'ele
Charneca em flor
A Mensageira das Violetas
Reliquiae
.
3 comentários:
Gosto muito da poesia da Florbela Espanca e fiquei feliz por encontrá-la aqui com a sua biografia.
Só posso agradecer-lhe por isso.
Parabéns pelo blog,muito bem feito,
com um ótimo e interessante conteúdo.
Um abraço.
Amarísio
Ela tem coisas lindas.E muito femininas a ponto de parecer uma lésbica.Adoro.Beijos.
Eu amoooo Florbela espanca! Aaaaaaaaaaaa, vou baixar tudtudotudo!
Bjusss
Postar um comentário