08 setembro 2008

Anne Rice e Lestat


Anne Rice e Lestat

A juventude de Anne Rice (1941) não foi um caminho de rosas. No colégio era uma menina solitária, e nunca em sua infância sentiu que tivesse o amor que precisava. Perdeu sua mãe; uma alcoólatra, aos quatorze anos. Seu pai, pouco afetuoso, voltou a casar-se menos de dois anos depois, o que obrigou a Anne a mudar-se com eles para o Texas. Em 1972 faleceu sua filha de seis anos, vítima de leucemia. No ano seguinte, fruto da dor e numa tentativa de perpetuar a sua filha sob a aparência de uma menina vampiro, nasceu Entrevista com o Vampiro (escrita em 1973 e recusada para sua publicação em várias editoriais até 1976).
Anne Rice afirma: "os escritores escrevem sobre o que lhes obceca. Perdi a minha mãe quando tinha quatorze anos. Minha filha morreu aos seis anos. Perdi minha fé católica. Quando escrevo, a escuridão está sempre ali. Dirijo-me para onde está a dor" (Revista People, 05/12/88).
O personagem mais amado por Anne e seus leitores é o vampiro Lestat. Segundo Anne: "É difícil descrever Lestat. De alguma maneira, é toda minha vida, porque inclusive quando não estou escrevendo sobre Lestat, estou contemplando o mundo através de seus olhos. Foi ele quem me transformou numa viajante, quem me transportou fora de mim mesma e me libertou das preocupações por minhas limitações, tanto físicas como espirituais. Lestat é mais do que um personagem criado por mim. É um símbolo de algum tipo de liberdade e domínio. Representa o lado cruel que há em nós, mas é parte de meus pensamentos dia e noite; e parte de minhas conversas dia e noite, suponho. Ante quase tudo o que vejo, me pergunto: que pensaria Lestat disto? Como reagiria Lestat ante isto? Portanto, diria que é minha outra metade. Mas é minha metade masculina e cruel que, obrigado a Deus, não existe outro na ficção".

texto do site: SPECTRUMGOTHIC
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Um comentário:

*** Cris *** disse...

Eu viajo nos seus textos e às vezes me perco...
Boa semana!